A cidade de Rio Bonito do Iguaçu, no Paraná, foi severamente atingida por um tornado no dia 7 de novembro de 2025, que deixou um rastro devastador com seis mortes, pelo menos 775 feridos e 39 pessoas desabrigadas. Cerca de 80 a 90% da cidade ficou destruída, gerando um cenário crítico para a população local. Diante dessa tragédia, a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) deslocou uma equipe multiprofissional para atuar na região, já tendo atendido mais de 800 pessoas até o momento.
Os profissionais da Força Nacional do SUS, que incluem médicos, psicólogos, psiquiatras, farmacêuticos e gestores técnicos, permanecem na cidade por tempo indeterminado para apoiar a reorganização da rede de saúde, reforçando o atendimento nas unidades locais, das quais duas de sete ainda funcionam parcialmente. O serviço de urgência e emergência, enquanto isso, foi centralizado no município vizinho de Laranjeiras do Sul, onde também opera um abrigo para os desabrigados com uma equipe multiprofissional oferecendo suporte psicológico e encaminhamentos mais complexos em conjunto com a assistência social.
Além dos cuidados físicos, a saúde mental das vítimas é um dos focos principais da atuação da equipe. O coordenador da Força Nacional do SUS, Rodrigo Stabelli, destaca que o impacto psicológico atinge diferentes faixas etárias, como crianças e idosos, exigindo ações de acolhimento emocional para profissionais da linha de frente, acompanhamento de famílias e realização de rodas de conversa em abrigos, escolas e igrejas. Essa atenção à saúde mental é parte fundamental da resposta ao desastre, considerando que 55 municípios do Paraná foram atingidos pelas tempestades relacionadas, impactando mais de 31 mil pessoas.
O tornado que atingiu Rio Bonito do Iguaçu foi classificado inicialmente entre EF3 e F4 na Escala Fujita, com ventos que ultrapassaram 300 km/h, tornando-se um dos fenômenos meteorológicos mais intensos já registrados na região. A destruição foi generalizada, atingindo residências, comércio, infraestrutura urbana e provocando um cenário de emergência que exigiu rápida mobilização dos órgãos estaduais e federais de saúde, segurança pública e Defesa Civil. Além da força dos ventos, as condições atmosféricas foram favorecidas por um sistema de baixa pressão combinado com uma forte frente fria e um ciclone extratropical, que juntos formaram as tempestades severas responsáveis pela formação dos tornados na região.
O Ministério da Saúde, junto com o governo do Paraná, está coordenando as ações de resposta, incluindo a possibilidade de instalação de um hospital de campanha modular com capacidade para até 150 atendimentos diários, caso seja necessário. As medidas emergenciais também envolvem a triagem e estabilização dos feridos, reorganização dos fluxos de atendimento e controle dos riscos sanitários secundários, como qualidade da água, manejo de resíduos e controle de vetores.
A mobilização conjunta do SUS e das forças estaduais visa garantir atendimento integral e humanizado à população atingida, apoiando não apenas a recuperação física, mas também o suporte emocional fundamental para a reconstrução social de Rio Bonito do Iguaçu e seus municípios vizinhos.

