A megaoperação policial deflagrada nesta terça-feira (28) nos Complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, resultou em 60 mortes, entre elas 4 policiais, e 81 pessoas presas, em uma das ações mais letais da história do estado. A operação, chamada Contenção, mobilizou cerca de 2,5 mil agentes das polícias Militar e Civil com o objetivo de capturar lideranças criminosas e conter a expansão do Comando Vermelho (CV), maior facção do Rio.
A ação foi realizada após mais de um ano de investigações e cumprimento de mandados de busca e prisão, coordenada pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes, em conjunto com promotores do Ministério Público. Ainda no início da manhã, traficantes reagiram com intenso tiroteio e montaram barricadas ao longo da cidade, inclusive na Linha Amarela, Grajaú-Jacarepaguá e Méier, provocando um cenário de confronto e tensão que levou ao aumento do estágio operacional da cidade para o nível 2.
Entre os mortos, além dos 56 suspeitos, estavam dois policiais civis, Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho e Rodrigo Velloso Cabral, e dois policiais do Bope, que foram vítimas durante os combates. A operação permanece em andamento, com equipe especializada usando helicópteros e blindados para reforçar o cumprimento dos mandados e manter o controle dos 26 territórios onde os complexos estão divididos.
O governador Cláudio Castro acompanhou o comando da operação no Centro Integrado de Comando e Controle, mantendo sigilo sobre detalhes do número de policiais feridos e mortos para preservar a segurança das forças de segurança. A ofensiva representa uma tentativa do estado do Rio de Janeiro de frear a força e a expansão do Comando Vermelho, que vem ampliando seu domínio não só no estado, mas em outras regiões do país.

