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Megaoperação no Rio cumpriu 20 dos 100 mandados de prisão pretendidos

A Operação Contenção, realizada no último dia 28 nos Complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, mobilizou cerca de 2,5 mil policiais em uma das ações mais abrangentes e letais da história do estado. A operação teve como principal objetivo interromper a expansão territorial do Comando Vermelho (CV), uma das maiores facções criminosas do país, com foco no cumprimento de 100 mandados de prisão contra seus integrantes.

Durante a ação, foram cumpridos 20 mandados de prisão, enquanto outras 93 prisões foram efetuadas em flagrante, totalizando 113 detidos. Dentre os presos, destaca-se o operador financeiro do principal chefe do CV procurado, Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca, que permanece foragido. A captura desse operador, junto à apreensão de equipamentos eletrônicos como HDs, é vista como um avanço estratégico para a investigação de lavagem de dinheiro vinculada à organização criminosa.

A operação, contudo, foi marcada por confrontos violentos e intenso tiroteio. O número oficial de mortos até o momento é de 121, incluindo quatro policiais, embora organizações da sociedade civil e relatos extraoficiais apontem que o total pode ultrapassar 130 vítimas. O governo do Rio de Janeiro classificou todos os mortos como criminosos que reagiram à ação policial e manteve todas as prisões após as audiências de custódia, defendendo a operação como uma legítima ação do estado para cumprimento da lei.

Os combates envolveram técnicas violentas, como o uso de barricadas incendiadas e drones para o lançamento de bombas pelos criminosos, e resultaram na apreensão de mais de uma tonelada de drogas e 118 armas, sendo 93 fuzis. Moradores da região vivenciaram momentos de pânico com o fechamento de vias, escolas e estabelecimentos comerciais devido aos confrontos.

A Operação Contenção já é considerada a mais letal e maior operação policial estadual dos últimos 15 anos, superando episódios históricos como a Chacina do Jacarezinho e o massacre do Carandiru. O governador Cláudio Castro afirmou que a operação foi um sucesso e ressaltou que o resultado final foi consequência da reação dos criminosos, enquanto defensores dos direitos humanos e entidades civis criticam a ação, classificando-a como um massacre e apontando riscos à população local.

Além das ações policiais, denúncias do Ministério Público revelam que o Comando Vermelho mantém uma estrutura criminal complexa, com registros de torturas e alianças criminosas dentro das forças de segurança, o que fundamentou parte da operação. Moradores entrevistados demonstram opiniões divididas, com mais de 60% apoiando ações semelhantes para controlar o crime organizado, embora haja preocupação com a elevada letalidade e o impacto social da operação.

A operação segue sob acompanhamento, com possibilidade de atualização dos dados de mortos e presos, e reforça o debate sobre o enfrentamento do crime organizado no Rio de Janeiro e os limites do uso da força pelo estado.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)