Um menino de 12 anos foi baleado na perna dentro da Escola Municipal Hélio Smidt, localizada no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro, durante uma operação emergencial da Polícia Civil realizada na manhã desta quarta-feira, 26 de novembro de 2025. O menino foi atingido enquanto participava de uma atividade no pátio da escola e recebeu atendimento inicial na Clínica da Família Jeremias Moraes da Silva, sendo posteriormente transferido para o Hospital Getúlio Vargas, onde seu estado de saúde é estável e ele não corre risco de vida.
A ação policial foi desencadeada após informações da inteligência indicarem a movimentação de traficantes fortemente armados que planejavam invadir uma comunidade rival, o que poderia resultar em um conflito com diversas vítimas inocentes. Para evitar uma escalada da violência, agentes da Subsecretaria de Inteligência e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) realizaram uma operação que resultou em intenso tiroteio na região. Durante o confronto, três pessoas apontadas como traficantes ligados à segurança de um líder de facção criminosa foram mortas, um suspeito foi preso, e armas, incluindo dois fuzis e pistolas, foram apreendidas.
O impacto da operação se estendeu para além do Complexo da Maré. A Linha Amarela, via expressa que liga a Zona Norte à Zona Oeste, chegou a ser interditada intermitentemente, obrigando motoristas a adotarem rotas alternativas ou mesmo a retornarem na contramão para se protegerem dos disparos. No âmbito da saúde pública, quatro unidades de saúde da região tiveram seu funcionamento interrompido temporariamente, enquanto escolas próximas suspenderam as atividades presenciais por questões de segurança.
Na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), localizada no campus do Fundão, pelo menos dois tiros atingiram o Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza, uma das faculdades da instituição, o que motivou a suspensão das aulas nos turnos da tarde e da noite. Um helicóptero da Polícia Militar precisou pousar no gramado do campus por razões estratégicas durante a operação, porém sem danos à aeronave. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) também elevou o nível de segurança para o máximo, orientando colaboradores e estudantes a permanecerem dentro dos prédios e suspendendo a circulação entre seus campi, além da interrupção das rotas de transporte interno.
Este episódio marca mais um capítulo preocupante na escalada da violência urbana no Rio de Janeiro, especialmente em locais onde disputas territoriais entre facções criminosas, como o Comando Vermelho e o Terceiro Comando Puro, são frequentes e afetam a rotina da população local, incluindo crianças, escolas e instituições de ensino superior, que deveriam ser espaços de proteção e aprendizado. Autoridades e organizações de direitos humanos acompanham a situação, que evidencia os desafios da segurança pública na região.

