A plataforma de produção de petróleo e gás P-40 da Petrobras permanece com as operações interrompidas nesta sexta-feira, após a detecção de um vazamento de gás ocorrido na quinta-feira. Localizada no campo de Marlim Sul, na Bacia de Campos, na costa do Rio de Janeiro, a unidade aderiu à greve nacional dos petroleiros, iniciada na segunda-feira e agora em seu quinto dia.
De acordo com a Petrobras, o vazamento foi controlado de imediato pela equipe a bordo, sem riscos à segurança dos trabalhadores. Como medida preventiva, todas as linhas foram despressurizadas, e a produção foi paralisada temporariamente. A estatal anunciou a formação de uma comissão especial para investigar as causas do incidente de forma minuciosa. A produção nas demais plataformas da Bacia de Campos continua normal.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e sindicatos ligados, como o Sindipetro-NF, destacam que a P-40 estava sob operação de equipes de contingência da empresa devido à greve. Para eles, o vazamento expõe riscos associados à definição unilateral dessas contingências pela Petrobras, com trabalhadores realocados para áreas seguras durante o episódio, que teria ocorrido em uma linha de exportação de gás. A estatal, por sua vez, nega qualquer relação entre o incidente e o movimento grevista.
Os petroleiros cruzaram os braços por divergências em reivindicações centrais, como melhorias no plano de cargos e salários, solução para os Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) da Petros, fundo de pensão da categoria, e defesa da pauta Brasil Soberano, que busca preservar a Petrobras como empresa pública com um modelo de negócios focado no fortalecimento da estatal. Segundo a FUP, a paralisação afeta nove refinarias, 28 plataformas marítimas, 16 terminais operacionais, quatro termelétricas, duas usinas de biodiesel e dez instalações terrestres.

