A presidente do México, Claudia Sheinbaum, manifestou forte condenação aos recentes ataques militares realizados pelos Estados Unidos contra embarcações supostamente envolvidas com o narcotráfico em águas internacionais, incluindo um ataque no Pacífico Oriental que resultou na morte de três pessoas. Em entrevista coletiva, Sheinbaum destacou que o governo mexicano discorda dessas ações e chamou atenção para a existência de leis internacionais que regulam o enfrentamento ao tráfico ilegal de drogas e armas, afirmando que essa posição já foi comunicada formalmente e publicamente ao governo americano.
O incidente em questão foi relatado pelo Secretário de Guerra dos EUA, Pete Hegseth, como um “ataque cinético letal” ordenado pelo então presidente Donald Trump, que afirmou que esses ataques continuarão de forma consistente, classificando os alvos não apenas como traficantes, mas como “narcoterroristas” responsáveis por causar morte e destruição nas cidades americanas. Desde setembro, esse evento marcou o oitavo ataque dos Estados Unidos contra embarcações nessa região, contabilizando pelo menos 37 mortos sem que houvesse julgamento, uma situação que levou especialistas das Nações Unidas a denunciar essas ações como execuções extrajudiciais.
Sheinbaum enfatizou que o respeito à soberania dos países e o cumprimento do direito internacional devem prevalecer diante dessas operações militares, destacando a recente reforma constitucional no México que fortalece a soberania e a autodeterminação do país frente a qualquer tipo de intervencionismo estrangeiro. Questionada sobre o confronto público entre Donald Trump e o presidente colombiano Gustavo Petro, a presidente mexicana adotou uma postura diplomática, ressaltando que cada líder tem sua forma particular de lidar com debates em nível internacional.
Reafirmando a política externa do México, Sheinbaum destacou a importância de manter um “sistema de diálogo franco” com os Estados Unidos, buscando acordos que respeitem a soberania mexicana sem renunciar à autonomia nacional. Ela também ressaltou que a principal prioridade do seu governo tem sido a defesa dos mexicanos residentes nos EUA, indicando que essa estratégia de diálogo honesto e respeito mútuo será o caminho adotado para tratar questões bilaterais sensíveis como a luta contra o narcotráfico e o combate à violência transnacional.
