O segundo-tenente do Exército, Vilson Roberto Ortiz Grzechoczinski, que atualmente é o coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena Potiguara (DSEI), nomeado pelo ex-ministro Saúde, general Eduardo Pazuello, deverá ser o próximo a ser exonerado pelo presidente Jair Messias Bolsonaro (Sem partido), segundo fontes ouvidas pela reportagem. As informações é que em meio à pandemia do novo coronavírus o gestor do DSEI segue criando contratempos e dificultando a realização das ações para combater a covid-19 entre a população indígena da Paraíba.
Há algumas semanas, o órgão central do Ministério da Saúde vem chamando a atenção do coordenador Vilson Roberto por supostas ações de assédio moral contra a população indígena. A comunidade pretende fazer uma manifestação para solicitar ao novo ministro da saúde, Marcelo Queiroga, a mudança da coordenação do DSEI.
“Não vamos viver sob ameaça de um militar que chega em nossas terras armado”, relevou o Cacique de umas das tribos do Litoral Norte paraibano.
O Brasil é o segundo país mais afetado pela pandemia, perdendo apenas para os Estados Unidos. Dos 212 milhões de brasileiros, 900 mil são povos indígenas. Aqui na Paraíba, a população indígena é cerca de 16 mil pessoas que vivem no Litoral norte paraibano, que é justamente da saúde dessas pessoas que o militar deveria cuidar, mas infelizmente sua atuação tem causado insatisfação em Brasília e entre os índios.
Novo Ministro da Saúde
O médico cardiologista Marcelo Queiroga tomou posse no dia 23, no cargo de ministro da Saúde, em solenidade privada no Palácio do Planalto.
Durante a primeira coletiva de imprensa, o novo ministro da Saúde, indicou nomes que irão compor a própria equipe do Ministério da Saúde e anunciou a criação de uma secretaria específica para o enfrentamento da covid-19. O cardiologista afirmou que o presidente Jair Bolsonaro concedeu a ele total autonomia para indicar o secretariado da pasta.
“O presidente da República me deu absoluta autonomia para indicar o secretariado do Ministério da Saúde e eu o fiz buscando as melhores pessoas para que nós tenhamos maior sucesso na concretude das políticas públicas”, disse Queiroga. O novo chefe da Saúde ainda destacou uma mudança de postura do presidente da República, que “entendeu que deveria ter um médico à frente do Ministério da Saúde”.
Dentre as mudanças esperadas, a Secretaria Executiva será chefiada por Rodrigo Castro, funcionário de carreira do Ministério da Economia, enquanto a Secretaria de Atenção Especializada à Saúde (SAES) fica aos comandos do médico Sérgio Okane, diretor executivo do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Outros mudanças não estão descartadas, segundo o novo Ministro.