O Ministério da Saúde intensificou a vigilância contra o vírus da gripe Influenza A (H3N2), com foco no subclado K, em resposta ao alerta da OPAS/OMS sobre o aumento de casos e internações no Hemisfério Norte, incluindo Europa, Ásia, Estados Unidos e Canadá. Até o momento, foram confirmados quatro casos no Brasil: um importado no Pará, em paciente estrangeira vinda das ilhas Fiji, identificado por sequenciamento genético no Laboratório do IOC/Fiocruz, e três no Mato Grosso do Sul, ainda em investigação para determinar a origem.
A circulação desse subclado, também conhecido como J.2.4.1 ou vírus K, é mais intensa e antecipada do que o esperado na Europa e América do Norte, levando a maior número de hospitalizações, mas não há evidências de maior gravidade em comparação com outras variantes da gripe. Os sintomas são os clássicos da doença, como febre alta, dores no corpo, tosse, cansaço, calafrios, mal-estar e, em crianças, vômitos ou diarreia, com alerta para sinais de agravamento como falta de ar, piora rápida do quadro, dor no peito ou confusão mental. Especialistas destacam que a gravidade depende de fatores como idade avançada, gestação, comorbidades e falta de anticorpos prévios, e não do subclado em si.
No Brasil, a vigilância é reforçada pelo monitoramento de síndromes gripais e respiratórias agudas graves (SRAG), com ações de diagnóstico precoce, investigação de eventos incomuns e notificação imediata. Em 2025, o país já registrou aumento atípico de casos de H3N2 no segundo semestre, começando no Centro-Oeste e se espalhando, embora regiões como Centro-Oeste e Sudeste mostrem queda, enquanto Norte e Nordeste ainda crescem. A hesitação vacinal, observada na América do Norte, favorece a disseminação, e o SUS disponibiliza vacinas anuais que protegem contra formas graves, inclusive do subclado K, priorizando crianças, idosos, gestantes e pessoas com comorbidades. A composição das vacinas para 2026 foi atualizada pela OMS para incluir cepas próximas ao K.
Além da imunização, o sistema oferece gratuitamente antivirais específicos para tratamento, indicados para grupos de risco, reduzindo complicações. Medidas preventivas essenciais incluem uso de máscara por sintomáticos, higienização das mãos, ventilação de ambientes e afastamento temporário até 24 horas após o fim da febre, sem antitérmicos. Autoridades enfatizam que a vacinação é a principal ferramenta para evitar hospitalizações e óbitos, e recomendam busca imediata por atendimento em unidades básicas de saúde para sintomas intensos ou persistentes. A rede nacional de vigilância genômica, com laboratórios como Fiocruz e Instituto Adolfo Lutz, garante detecção precoce e subsidia atualizações vacinais globais.

