Seis ministras e um ministro do governo federal participaram neste domingo, em Brasília, do ato Levante Mulheres Vivas, convocado por dezenas de organizações da sociedade civil para protestar contra o aumento dos feminicídios e a violência de gênero no Brasil. O evento reuniu milhares de pessoas na Feira da Torre de TV, ponto central da capital, apesar das fortes pancadas de chuva, e também contou com a participação da primeira-dama Janja Lula da Silva e do ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias.
O Levante Mulheres Vivas aconteceu simultaneamente em mais de 20 estados e no Distrito Federal, com manifestações em capitais como Goiânia, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro, entre outras cidades. O movimento buscou denunciar a escalada da violência contra as mulheres, exigir comprometimento das autoridades e cobrar o fim da naturalização das agressões, feminicídios e da omissão do Estado na proteção das mulheres.
Durante o ato em Brasília, ministras das pastas da Mulher, da Igualdade Racial, dos Povos Indígenas, da Gestão e da Ciência também se manifestaram, afirmando que o movimento marca um novo momento na luta contra a violência de gênero, destacando a necessidade de eleger mais mulheres na política e combater o patriarcado que sustenta a violência estrutural contra mulheres.
O contexto do protesto incluiu a divulgação de dados alarmantes, com mais de mil feminicídios registrados em 2025 no país, sendo 26 somente no Distrito Federal. Casos recentes, como o assassinato da cabo Maria de Lourdes Freire Matos, esfaqueada por um soldado do Exército no DF, reforçaram a urgência da mobilização. O movimento também defendeu a criminalização da misoginia como forma de preconceito e enfatizou que a luta contra a violência de gênero é responsabilidade de toda a sociedade, incluindo homens como aliados.
Além das falas, o ato incluiu intervenções artísticas, leitura de manifestos e homenagens às vítimas, consolidando o Levante Mulheres Vivas como parte da campanha nacional “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres e do Racismo”, que vai do Dia da Consciência Negra até o Dia Internacional dos Direitos Humanos. Este momento de mobilização visa transformar a indignação em ações concretas e garantir que a vida das mulheres seja prioridade no Brasil.

