Na abertura da 6ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, em Brasília, as ministras Macaé Evaristo (Direitos Humanos e Cidadania) e Márcia Lopes (Mulheres) enfatizaram a importância de que a sociedade denuncie violações contra pessoas idosas, enquanto o evento, que vai até sexta-feira (19), reúne delegadas, convidados e observadores para debater políticas públicas voltadas ao envelhecimento multicultural e à proteção dos direitos dessa população.[2][5]
Macaé Evaristo destacou que o envelhecimento da população brasileira é uma conquista social que exige respostas do Estado em termos de cuidado, serviços públicos e garantia de direitos, e afirmou que denúncias de violência contra idosos terão prioridade de atendimento na Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos; as denúncias também podem ser feitas pelo Disque 100.[5][2] As autoridades lembraram que o Brasil tem mais de 35 milhões de pessoas idosas e que é necessária uma rede de proteção ampliada para garantir sua segurança e bem-estar.[5]
No evento, Márcia Lopes anunciou a criação do fórum nacional de mulheres idosas, ressaltando que pessoas idosas exigem dignidade, respeito e acesso a políticas públicas e que é preciso enfrentar os flagelos sociais que atingem esse segmento.[5] O secretário nacional dos direitos da pessoa idosa, Alexandre da Silva, avaliou que o país tem avançado na garantia de direitos, apesar dos desafios, e afirmou que a conferência deve servir como espaço de escuta para evidenciar problemas e violações em todas as regiões do país, além de orientar propostas para fortalecer programas como Envelhecer nos Territórios e iniciativas de inclusão digital e cidadania.[2][5]
Também foram apresentados dados e alertas sobre desigualdades que marcam o envelhecimento: Macaé Evaristo afirmou que persistem diferenças significativas entre mulheres e homens idosos e que pessoas idosas brancas recebem, em média, 65% a mais do que pessoas idosas pretas e pardas; ela acrescentou que mulheres idosas com ensino superior têm três vezes mais chance de permanecer no mercado de trabalho do que aquelas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto.[5] Essas constatações embasam a pauta da conferência, organizada em eixos que vão do financiamento das políticas públicas à proteção contra todas as formas de violência, passando pela participação social e fortalecimento dos conselhos de direitos da pessoa idosa.[1][4]
A 6ª CONADIPI acontece de 16 a 19 de dezembro em Brasília com o tema “Envelhecimento Multicultural e Democracia: urgência por Equidade, Direitos e Participação”, integrando etapas municipais, estaduais e distritais para construir propostas que visem a equidade e a defesa dos direitos das múltiplas velhices no país.[1][4] Organizadores e participantes afirmam que as deliberações do encontro devem orientar a consolidação de políticas e programas federativos que permitam aos municípios aprimorar ou iniciar ações de proteção e garantia dos direitos das pessoas idosas.[2][3]

