O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou nesta terça-feira a saída temporária do ex-presidente Jair Bolsonaro da prisão para internação e cirurgia no Hospital DF Star, em Brasília. Bolsonaro, que cumpre pena de 27 anos e três meses na Superintendência da Polícia Federal por condenação relacionada à trama golpista, será transferido já nesta quarta-feira para exames preparatórios, com o procedimento cirúrgico marcado para quinta-feira, dia de Natal.
O ex-presidente passará por cirurgia para tratar hérnia inguinal bilateral e um quadro de soluço persistente, com indicação de bloqueio anestésico do nervo frênico. A necessidade do procedimento foi confirmada por laudos de médicos particulares, peritos da Polícia Federal e endossada pela Procuradoria-Geral da República, que não se opôs ao pedido da defesa. A internação está prevista para durar de cinco a sete dias.
Moraes impôs rigorosas medidas de segurança e vigilância. A Polícia Federal ficará responsável pelo transporte discreto de Bolsonaro, com desembarque pelas garagens do hospital, e manterá custódia ininterrupta de 24 horas, incluindo no mínimo dois agentes na porta do quarto e equipes adicionais dentro e fora da unidade de saúde. Fica proibida a entrada de celulares, computadores ou qualquer dispositivo eletrônico no quarto, exceto equipamentos médicos.
A única acompanhante autorizada durante toda a internação é a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Outras visitas, incluindo as pedidas pelos filhos Flávio e Carlos, só serão permitidas com prévia aprovação judicial do ministro. A decisão atende a um pedido formal da defesa, que apresentou cronograma detalhado após perícia médica determinada pelo STF.
