O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decretou a prisão preventiva do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que foi condenado a 16 anos de reclusão por envolvimento em uma trama golpista, mas deixou o país em desacordo com a determinação judicial. Ramagem foi flagrado em Miami, nos Estados Unidos, o que motivou a expedição do mandado de prisão contra ele. A fuga teria ocorrido em setembro, com um percurso que incluiu um voo até Boa Vista e, posteriormente, uma viagem terrestre até a fronteira com a Venezuela ou Guiana, antes de embarcar para os EUA.
O deputado, que foi diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Jair Bolsonaro, enfrentava a proibição judicial de sair do país e a apreensão de seus passaportes nacionais e internacionais, medidas determinadas durante as investigações do caso. Apesar disso, conseguiu deixar o território brasileiro sem comunicar oficialmente a Câmara dos Deputados, que declarou não ter autorizado nenhuma missão oficial dele ao exterior. O ministro Moraes deve solicitar a inclusão do nome de Ramagem na difusão vermelha da Interpol, tornando-o um dos mais procurados internacionalmente.
A Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República apoiaram o pedido de prisão preventiva. Ramagem foi condenado por três crimes graves: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e organização criminosa, acusações que ele nega. Enquanto isso, a defesa do deputado preferiu não se manifestar sobre o ocorrido. Além da prisão preventiva, há a possibilidade de que o Brasil solicite formalmente a extradição de Ramagem aos Estados Unidos, embora o processo possa enfrentar desafios jurídicos.
Ramagem teria tido o passaporte diplomático cancelado antes da fuga e mostram fragilidades no sistema de fiscalização e controle migratório diante de figuras sob investigação judicial.

