Na última terça-feira, 28 de outubro, o governo do Rio de Janeiro realizou uma operação policial contra a facção Comando Vermelho, que resultou em grande repercussão internacional devido ao alto número de mortos. Oficialmente, foram registradas 64 mortes, incluindo quatro policiais, mas estima-se que o número final possa ultrapassar 100. A Organização das Nações Unidas (ONU) expressou horror e pediu às autoridades que cumpram suas obrigações sob o direito internacional dos direitos humanos, instando por investigações rápidas e eficazes.
O jornal inglês The Guardian publicou uma matéria intitulada “Brasil: ao menos 64 mortos no dia mais violento do Rio de Janeiro em meio a batidas policiais”, destacando que a operação foi a mais letal da história do Rio. A ação começou de madrugada e envolveu intensa troca de tiros nas favelas do Alemão e Penha, onde vivem cerca de 300 mil pessoas. Fotos chocantes de jovens mortos se espalharam pelas redes sociais.
A operação foi realizada com o objetivo de capturar lideranças criminosas e conter a expansão territorial do Comando Vermelho. No entanto, o principal alvo, Edgar Alves, conhecido como Doca, continua foragido. A segurança dele contou com cerca de 70 homens durante a operação.
A reação internacional foi robusta, com várias publicações internacionais cobrindo o evento. O jornal El País, da Espanha, relatou a situação como “caos colossal e intensos tiroteios”, enquanto o Le Figaro, da França, questionou a eficácia das operações policiais no Rio. O New York Times chamou a ação de “a mais mortal da história do Rio”, e o jornal argentino Clarín reproduziu críticas que compararam o cenário ao de um conflito em Gaza.
Quatro policiais perderam suas vidas durante a operação, todos baleados durante confrontos com traficantes no Complexo da Penha. A população local já entregou mais de 50 corpos às autoridades, e o número oficial de mortos deve aumentar nas próximas horas. A operação reforça a tendência de consequências fatais das ações policiais em comunidades marginalizadas no Brasil.

