O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), voltou atrás e decidiu manter a escolta de agentes que fazem a segurança pessoal da deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ), após a parlamentar divulgar a retirada da proteção pela Casa e recorrer da decisão.A escolha de manter a proteção foi anunciada neste sábado, 13, depois de Talíria informar nas redes sociais que a escolta, garantida desde 2020 por conta de ameaças de morte, havia sido suspensa sem comunicação prévia, gerando preocupação sobre sua segurança pessoal e o exercício do mandato[1]. A deputada relatou que tentou contato com o presidente da Câmara nos dois dias seguintes à retirada e que só recebeu, mais tarde, a informação de que o recurso apresentado por ela seria acolhido, com a garantia do retorno das condições de segurança necessárias[1][4]. Segundo a Câmara, a suspensão da escolta havia sido motivada por um parecer técnico da Polícia Legislativa Federal (PLF) que concluiu pela inexistência de ameaças recorrentes contra Talíria; o parecer teria sido elaborado após consultas à Polícia Civil do Rio de Janeiro, ao Ministério Público do Rio de Janeiro e à Polícia Federal[1][4]. Ainda assim, a Casa informou que a escolta permanecerá de forma provisória até a decisão final sobre o pedido de reconsideração apresentado pela deputada[1][4]. A questão reacendeu questionamentos sobre transparência e critérios administrativos na concessão e retirada de proteção a parlamentares, sobretudo quando estão envolvidas ameaças de caráter político, de gênero ou com indícios de conotação criminosa, tema que tem mobilizado movimentos sociais, partidos e entidades de direitos humanos desde que as ameaças começaram a ser investigadas em 2020[2][4]. Reportagens e notas de diferentes veículos registraram também críticas à forma como a decisão foi comunicada — ou não comunicada — à parlamentar, e relatos de que Talíria chegou a contratar segurança privada por conta própria para cumprir compromissos no Rio de Janeiro enquanto aguardava uma resposta da Câmara[2]. Organizações e colegas do PSOL e de outros setores públicos manifestaram solidariedade e cobraram a revisão imediata da medida, argumentando que a retirada intempestiva da escolta expõe a integridade da deputada e pode configurar retaliação política no contexto de embates recentes na Câmara[2][8].

