O presidente da Bolívia, Luis Arce, disse, em entrevista a BBC, que interesses estrangeiros influenciaram o movimento golpista oncorrido recentemente. Segundo ele, tal interesse se deve aos recursos naturais que o país detém, de modo que haveria uma busca pelo controle de tais reservas.
“Sempre por trás de todos os golpes de Estado que nosso país viveu tem havido interesses em controlar e dominar nossos recursos naturais”, disse Arce. “Está claro que a Bolívia é um país riquíssimo em recursos naturais. Somos a primeira reserva de lítio no mundo. Temos terras raras, temos grandes reservas de água doce, minerais, gás. Somos um país muito cobiçado há muito tempo e sempre por trás de todos os golpes de Estado que nosso país viveu tem havido interesses em controlar e dominar nossos recursos naturais. Então, está claro que esse golpe não foi simplesmente para tomar o governo, mas para tomar controle dos recursos estratégicos que temos na Bolívia” disse o presidente.
No dia 26 de junho, na Bolívia, o mundo viu mais uma tentativa de pôr fim um governo democraticamente eleito. Tal como ocorrera em outros momentos da História da América Latina e do Caribe, a iniciativa veio por uma parte das Forças Armadas.
O então comandante das Forças Armadas, general Juan José Zúñiga, liderou um grupo de militares que tentaram invadir a sede do governo; a sublevação, contudo, não obteve sucesso, sendo desmantelada ainda no mesmo dia. Zúñiga e um grupo de pelo menos outras 20 pessoas foram presas.