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MPRJ faz novas denúncias contra PMs por crimes na Operação Contenção

# MPRJ Denuncia Policiais Militares por Crimes Durante Operação Contenção

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro apresentou novas denúncias contra seis policiais militares do Batalhão de Choque por crimes cometidos durante a Operação Contenção, realizada em 28 de outubro no Complexo da Penha e Vila Cruzeiro, na zona norte da capital fluminense. A operação resultou na morte de 122 pessoas, incluindo cinco policiais. Os delitos foram registrados pelas câmeras operacionais portáteis (COPs) utilizadas pelos agentes.

Os seis policiais foram acusados pelos crimes de peculato, violação de domicílio, constrangimento ilegal, roubo e recusa de obediência a ordem superior. De acordo com a investigação, os agentes arrombaram portões e portas de residências com uso de alicate, entraram nos imóveis sem autorização e revistaram os cômodos. Um morador foi constrangido a permanecer sentado sob ameaça enquanto os policiais reviravam o local.

Durante as ações, o grupo roubou um aparelho celular e um fuzil abandonado por criminosos em fuga. As imagens das câmeras corporais mostram os suspeitos discutindo sobre desmontar e esconder o armamento. Os registros também revelaram tentativas reiteradas de ocultar ou obstruir os equipamentos de gravação, contrariando determinações do comando da Polícia Militar.

Em uma denúncia específica, um sargento lotado no Grupamento Tático de Ações Rápidas foi acusado de violar domicílio e insubordinação ao entrar irregularmente em uma residência sem autorização judicial ou consentimento dos moradores. O policial descumpriu deliberadamente a determinação legal de manter a câmera corporal em funcionamento contínuo em área sensível, conforme previsto na Lei Estadual nº 9.298/2021 e na Instrução Normativa nº 084/2025 da PMERJ. Ele tentou retirar a bateria do equipamento e o removeu do corpo em pelo menos dez ocasiões, posicionando a câmera fora do campo de ação policial e impedindo o registro de aproximadamente cinco horas de operação.

As novas acusações totalizaram seis denúncias relacionadas a ilegalidades praticadas durante a Operação Contenção. As duas denúncias anteriores tratavam da apropriação de um fuzil em uma casa no Complexo do Alemão e do furto de peças de um veículo na Vila Cruzeiro, igualmente revelados pelas câmeras corporais.

No total, já foram denunciados nove policiais nas seis ações penais militares. Entre eles estão os sargentos Diogo da Silva Souza, Eduardo de Oliveira Coutinho, Marcos Vinicius Pereira Silva Vieira e Charles William Gomes dos Santos, além do subtenente Marcelo Luiz do Amaral, que foram presos após ação da Corregedoria da Polícia Militar realizada na última sexta-feira, 28 de novembro.

O MPRJ requereu à Justiça Militar a prisão preventiva dos demais denunciados e segue examinando as imagens coletadas para identificar eventuais irregularidades e responsabilizar os agentes envolvidos. A Polícia Militar afirmou em nota que não compactua com possíveis desvios de conduta e crimes praticados por agentes, e que pune com rigor os envolvidos quando os fatos são constatados.

A Operação Contenção foi iniciada em 28 de outubro de 2025 com aproximadamente 2.500 agentes policiais participando e executando cerca de 100 mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho em 26 comunidades da Zona Norte do Rio de Janeiro, principalmente nos complexos da Penha e do Alemão. Considerada a operação mais letal do Rio de Janeiro dos últimos anos, tinha como objetivo conter o avanço da facção criminosa a outras localidades da capital fluminense.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)