Home / Brasil e Mundo / MPRJ faz perícia independente em vítimas da Operação Contenção

MPRJ faz perícia independente em vítimas da Operação Contenção

Na última terça-feira (28), a Operação Contenção, deflagrada pelas polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro nos complexos do Alemão e da Penha, resultou em 121 mortes, incluindo civis e policiais. Este evento é considerado o mais letal da história do estado, com um efetivo de 2,5 mil agentes envolvidos na ação que visava cumprir mandados de prisão e apreensão contra lideranças do Comando Vermelho e conter sua expansão territorial. Segundo o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, as pessoas que morreram estavam envolvidas em tentativas de homicídio contra policiais, e aqueles que se entregaram foram presos. O governo estadual nega que a operação constitua uma chacina, classificando-a como uma ação legítima do Estado, apesar das críticas de movimentos sociais, especialistas, organizações nacionais e internacionais que a denunciaram como um massacre.

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da Subprocuradoria-Geral de Direitos Humanos e Proteção à Vítima, esteve no Instituto Médico-Legal Afrânio Peixoto para realizar uma perícia independente nas vítimas. Uma equipe especializada, acompanhada integralmente por um promotor de Justiça, procedeu com o exame dos corpos, garantindo transparência e respeito aos direitos das vítimas e de seus familiares. O Núcleo de Apoio às Vítimas prestou acolhimento às famílias enlutadas e colaborou com órgãos de polícia técnico-científica para identificação das vítimas ainda não reconhecidas. Além disso, a Coordenadoria de Direitos Humanos do Ministério Público estabeleceu diálogo com outras instituições e representantes comunitários para esclarecer sua atuação na proteção dos direitos humanos tanto em âmbito coletivo quanto individual.

A operação causou intenso impacto na cidade, com confrontos que geraram pânico, bloqueios em vias importantes, fechamento de escolas, comércio e serviços de saúde. O saldo oficial divulgado inclui 117 civis mortos e quatro policiais (dois civis e dois militares), mais de 110 presos, inclusive pessoas de outros estados, e apreensão de um grande arsenal, incluindo mais de 90 fuzis. Paralelamente, órgãos federais, como o Supremo Tribunal Federal, reativaram mecanismos de controle e fiscalização da ação policial, exigindo transparência e comprovações do uso de câmeras corporais e perícias para avaliar a legalidade da operação. A situação evidenciou uma crise política e jurídica e o desafio do Estado brasileiro em controlar e responder ao avanço do crime organizado nas favelas do Rio.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)