O Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC USP) será palco do primeiro hospital inteligente do Sistema Único de Saúde (SUS), um marco na modernização da saúde pública brasileira. O Ministério da Saúde oficializou, nesta sexta-feira (14), o acordo de cooperação técnica para a implantação do Instituto Tecnológico de Emergência do HC USP, que contará com o apoio da USP e do governo do estado de São Paulo, responsável pela cessão do terreno para a construção.
O projeto, que integra uma rede nacional de serviços de saúde de alta precisão, prevê ainda a implantação de 14 UTIs distribuídas nas cinco regiões do país e a modernização de unidades de excelência no Rio de Janeiro e no Distrito Federal. O investimento necessário para viabilizar a iniciativa está sendo finalizado junto ao Banco do BRICS, com previsão de aporte de cerca de R$ 1,7 bilhão.
Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o hospital inteligente representa um avanço significativo para o SUS e para o posicionamento do Brasil no cenário internacional de inovação em saúde. “O Brasil entra com força nesse novo ambiente global de reorganização da saúde, onde tecnologia da informação, inteligência artificial e práticas inovadoras estão redesenhando a forma de cuidar das pessoas. Esse projeto é um marco para o SUS, para a inovação tecnológica e para o papel do país no cenário internacional”, afirmou.
A idealizadora do projeto, a professora Ludhmila Hajjar, Titular de Emergências da Faculdade de Medicina da USP, destacou que o hospital inteligente trará benefícios diretos para pacientes graves, especialmente em situações de emergência. “O paciente grave, de emergência, é o que mais se beneficia dessas tecnologias redutoras de tempo, que vão instituir terapias personalizadas. Esse hospital dá um salto para a medicina de precisão, centrada no paciente. É um SUS que vai cuidar de maneira eficiente e segura do paciente de alta complexidade”, explicou.
A rede nacional de serviços de medicina de alta precisão do SUS faz parte do Programa Agora Tem Especialistas, iniciativa do Ministério da Saúde voltada à expansão da atenção especializada. A proposta foi apresentada ao Banco do BRICS em março deste ano e ganhou destaque durante reunião de lideranças do bloco em julho, quando foi anunciada pela presidente da instituição, Dilma Rousseff.
Em outubro, durante agenda oficial na China, o ministro Padilha firmou acordos de cooperação tecnológica com instituições chinesas e reforçou o pedido de apoio financeiro para a construção do instituto. Uma missão técnica do Banco do BRICS já visitou o local previsto para a obra, e a assinatura do acordo pelo Ministério da Saúde, governo do estado de São Paulo, Faculdade de Medicina da USP e Hospital das Clínicas representa o último passo antes da avaliação final do projeto.
A iniciativa promete transformar o atendimento de alta complexidade no Brasil, com foco em eficiência operacional, regulação inteligente de leitos e redução do tempo de permanência dos pacientes. Além da assistência médica, a unidade será referência para pesquisa e formação, consolidando o HC como um dos principais centros médicos da América Latina e impulsionando a inovação em saúde pública no país.

