Em 6 de fevereiro de 2017, Evelyn Lucy Alves da Luz, agente de educação infantil no município do Rio de Janeiro, sofreu uma tentativa de feminicídio que marcou profundamente sua vida e a de sua filha, que na época tinha 6 anos e presenciou a violência. Os tiros disparados pelo ex-marido foram feitos em frente à casa da vítima, em Vila Isabel, zona norte do Rio, e atingiram Evelyn no abdômen e no rosto, causando perda do baço, parte do fígado e do ovário esquerdo. Ela ficou 21 dias internada, sendo 11 em terapia intensiva.
A crueldade do crime também reside no fato de que a filha da vítima presenciou a mãe quase ser morta, um trauma que persiste até hoje. Evelyn relata que sua filha permanece muito abalada e evita falar sobre o ocorrido, dificultando sua recuperação emocional e física. O episódio ocorreu após o ex-marido devolver a criança para a mãe, depois de um encontro determinado pela Justiça, o que gerou a revolta violenta dele.
Embora o agressor tenha sido preso e respondeu a um processo judicial, Evelyn descobriu recentemente que ele está solto desde 2024, sem que tenha sido notificada previamente. Essa situação vem alimentando sua luta por justiça e um apoio mais eficaz para mulheres que enfrentam situações semelhantes. Ela afirma que mulheres vítimas de violência, seja patrimonial, emocional ou física, não recebem o suporte adequado do governo para se restabelecerem.
A história de Evelyn Lucy Alves da Luz é emblemática da difícil realidade enfrentada por muitas mulheres vítimas de feminicídio e violência doméstica no Brasil. Ela tem participado de atos públicos em defesa das mulheres, denunciando a violência de gênero e cobrando uma presença mais efetiva do Estado na proteção dessas vítimas. Para Evelyn, apoiar as mulheres nesse contexto é afirmar a sobrevivência e o direito de serem donas de suas próprias vidas, em um grito coletivo de “chega” à violência e à impunidade.

