O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou uma ferramenta interativa chamada “Nomes no Brasil”, com dados atualizados do Censo 2022, que possibilita identificar quais nomes foram mais populares em cada década no país. Esta nova plataforma revela que as duas maiores influências para os “nomes da moda” no Brasil são as telenovelas e o futebol, fenômenos culturais que moldam as escolhas dos pais ao registrarem seus filhos.
O site destaca a popularidade do nome Helena, que ganhou destaque especialmente entre 2000 e 2009. O nome, arraigado na cultura grega e que simboliza a “cultura helênica”, foi amplamente utilizado em novelas do renomado autor Manoel Carlos, cuja tradição de protagonistas chamadas Helena deixaram marca nos registros brasileiros. Outro exemplo de influência cultural é o pioneirismo dos atletas: o nome Rivelino, ligado ao craque da seleção brasileira campeã de 1970, atingiu seu ápice de registros naquela época. Nos anos 1990, a popularidade de Romário refletiu seu sucesso nos campos, e mais recentemente, na década de 2010, o nome Neymar passou a se destacar em contrapartida ao sucesso do jogador.
Além da análise dos nomes próprios, o IBGE, pela primeira vez, divulgou também o ranking dos sobrenomes mais comuns no país. O sobrenome Silva é o mais presente, com 34 milhões de brasileiros, seguido por Santos, com 21 milhões. A origem desses sobrenomes está ligada a características geográficas e religiosas da história brasileira, como Silva, derivado do latim para “floresta”, e Santos, que tem ligação com o “Dia de Todos os Santos” e a expansão do cristianismo.
A ferramenta oferece recursos aprofundados sobre a origem dos nomes, sua concentração geográfica, idade mediana dos portadores e rankings por década, possibilitando uma ampla consulta que também abrange nomes mais populares em outros países por meio de um mapa interativo. Esse levantamento expressa a diversidade e as tendências culturais da população, que refletem desde celebrações esportivas até personagens marcantes da televisão, ilustrando como elementos da cultura popular influenciam as escolhas de nomes no Brasil contemporâneo.
Os dados mostram ainda que novos nomes com forte presença na cultura pop, como Gael, Ravi e Valentina, tiveram notável crescimento a partir da década de 2010, indicando uma mudança nas preferências e o surgimento de novas modas nas nomeações. A idade mediana dos nomes revela também a sua evolução temporal, com exemplos de nomes tradicionais como Maria predominando entre pessoas nascidas até 1970, e nomes mais recentes como Theo e Gael mais comuns entre nascidos após 2020.
Assim, o estudo do IBGE não só registra os nomes e sobrenomes mais comuns, mas atesta a profunda relação entre a cultura brasileira — especialmente novelas e futebol — e a identidade revelada nos registros civis, mostrando que os nomes são, de certa forma, um reflexo vivo do imaginário coletivo e das influências sociais ao longo das décadas.

