### Greve de Petroleiros na Petrobras Entra no Terceiro Dia com Adesão Total em Plataformas da Bacia de Campos
A greve nacional dos petroleiros da Petrobras, iniciada na segunda-feira (15), chegou ao terceiro dia nesta quarta-feira (17) com forte adesão em diversas unidades operacionais do Sistema Petrobras. De acordo com a Federação Única dos Petroleiros (FUP), o movimento registra 100% de participação nas 28 plataformas da Bacia de Campos, na costa do Rio de Janeiro, incluindo trabalhadores da Petrobras e de empresas terceirizadas.
A paralisação ganhou reforços significativos, com a adesão dos petroleiros da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, elevando para nove o número de refinarias paralisadas. Na terça-feira (16), o balanço apontava oito refinarias, 24 plataformas e outras unidades. O cenário atual monitorado pela FUP inclui 13 unidades da Transpetro, subsidiária de transportes; quatro termelétricas; duas usinas de biodiesel; campos de produção terrestre na Bahia; a Unidade de Tratamento de Gás de Cabiúnas (UTGCAB); a Estação de Compressão de Paulínia (TBG); e a sede administrativa em Natal.
A mobilização, aprovada em assembleias entre 3 e 11 de dezembro após rejeição da terceira contraproposta da Petrobras para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2025-2026, é por tempo indeterminado. Os trabalhadores reivindicam melhorias no plano de cargos e salários, solução para os Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) da Petros, fundo de pensão da categoria, e defesa da pauta Brasil Soberano, que busca manter a Petrobras como empresa pública integrada, com foco no fortalecimento da estatal e suspensão de privatizações e demissões em áreas estratégicas.
Em resposta, a Petrobras divulgou nota afirmando que equipes de contingência estão mobilizadas para manter as operações sem prejuízos à produção e ao abastecimento. A companhia garantiu que, até o momento, não houve impacto na produção de petróleo e derivados, e o fornecimento ao mercado segue normal. A estatal reforçou respeitar o direito de manifestação dos empregados e manter canais abertos para diálogo com os sindicatos.
A Petrobras, responsável por cerca de 90% da produção nacional de petróleo e gás natural, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), enfrenta um impasse que se arrasta desde julho, com negociações frustradas por propostas consideradas insuficientes, como reajuste pelo IPCA mais 1% de ganho real, sem avanços nos PEDs ou na distribuição de lucros. A FUP e sindicatos como o Sindipetro-NF destacam a necessidade de um ACT compatível com a lucratividade da empresa, enquanto novas adesões, como na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul, e unidades no Ceará, ampliam o alcance da greve por todo o país.

