Um caso de racismo durante uma partida de futebol no Paraná gerou controvérsia ao punir a vítima com uma pena maior que o agressor. No último dia 4 de outubro, em uma partida entre Batel e Nacional pela Taça da Federação Paranaense de Futebol, o jogador do Nacional, Paulo Victor, foi chamado de “macaco” pelo volante Diego, do Batel. Após a ofensa, PV reagiu com um soco no adversário, que resultou em sua expulsão.
No julgamento realizado pelo Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR), PV foi punido com a suspensão de dez jogos, enquanto Diego, o responsável pela injúria racial, recebeu uma suspensão de sete jogos. A decisão causou forte repercussão nas redes sociais e no meio esportivo, com muitos questionando a equidade da punição.
O caso seguiu o protocolo antirracismo da FIFA, com o árbitro Diego Ruan Pacondes da Silva sinalizando a ocorrência com o gesto característico de cruzar os braços em “X”. A partida ficou parada por cerca de 18 minutos após o incidente.
A Federação Paranaense de Futebol (FPF) e outras entidades esportivas repudiaram o racismo e reiteraram seu compromisso contra a discriminação em todos os estádios. O clube do Batel rescindiu o contrato de Diego, demonstrando sua postura contra qualquer tipo de preconceito.
O zagueiro Paulo Victor, em redes sociais, expressou seu sentimento de impotência com a decisão, afirmando que não se sentiu amparado pela justiça esportiva. O Nacional-PR anunciou que irá recorrer da decisão, defendendo que a punição ao seu jogador foi injusta.
O episódio evidencia a_complexidade dos desafios enfrentados pelo futebol em combater o racismo, especialmente quando as punições parecem não ser proporcionais à gravidade dos atos cometidos. Especialistas apontam a necessidade de revisar o Código Brasileiro de Justiça Desportiva para melhorar a eficácia no tratamento desses casos.

