### Brasil é Reconhecido pela OMS como Maior País a Eliminar Transmissão Vertical do HIV
O Brasil alcançou uma conquista histórica ao ser reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o maior país do mundo a eliminar a transmissão do HIV de mãe para filho, conhecida como transmissão vertical, como problema de saúde pública. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, antecipou o anúncio durante o programa *Bom Dia, Ministro*, do CanalGov, na sexta-feira (15), destacando que o país manteve taxas de transmissão abaixo de 2% e incidência de infecção em crianças inferior a 0,5 caso por mil nascidos vivos, atendendo integralmente aos critérios internacionais da OMS.
Padilha enfatizou que essa vitória é resultado direto do Sistema Único de Saúde (SUS), com testes rápidos nas unidades básicas de saúde, exames obrigatórios no pré-natal e distribuição gratuita de medicamentos para gestantes com HIV. “Significa que o Brasil conseguiu eliminar graças ao SUS, aos testes rápidos das unidades básicas de saúde, aos testes do pré-natal, às gestantes que têm HIV tomarem a medicação pelo SUS”, afirmou o ministro. Ele lembrou que, há algumas décadas, o país dependia de iniciativas filantrópicas para abrigar órfãos de Aids, incluindo bebês nascidos com HIV cujos pais haviam falecido pela doença. “A gente não tem mais isso no nosso país, felizmente, nem a transmissão do HIV da gestante para o bebê”, comemorou.
O Brasil apresentou um dossiê à OMS em julho, com dados do SUS que comprovam os resultados sustentados, interrompendo infecções em bebês durante a gestação, parto ou amamentação. Nesta semana, o Conselho da Unaids, em conjunto com representantes da OMS, visitará o país para a entrega oficial da certificação ao governo brasileiro. O ministro creditou o êxito ao trabalho de profissionais de saúde, estados, municípios e à reconstrução do SUS sob a liderança do presidente Lula e da ex-ministra Nísia Trindade, além de coberturas acima de 95% em pré-natal, testagem e tratamento para gestantes.
Além da eliminação da transmissão vertical do HIV, o Brasil registra o menor número de mortes por Aids em 32 anos e avança em metas globais como a 95-95-95, com duas das três já cumpridas: 95% das pessoas com HIV conhecem o diagnóstico e 95% delas estão em tratamento. O país ampliou o acesso à Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), com mais de 140 mil usuários diários, e expandiu testes rápidos para HIV e sífilis, priorizando gestantes. Iniciativas como comitês interministeriais e editais de R$ 9 milhões para organizações da sociedade civil reforçam o combate à doença.
Padilha também destacou ações contra riscos à saúde mental relacionados a apostas eletrônicas, como o Observatório Saúde de Apostas Eletrônicas e uma ferramenta no app Meu SUS Digital que permite autoexclusão simultânea em sites de apostas. Estudos do Ministério da Saúde indicam preferência por consultas online com psicólogos e psiquiatras, com teleatendimento psicossocial em implantação, já que centros presenciais registram poucos atendimentos para o tema.

