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Operação leva ao bloqueio de R$ 6 bi do crime organizado em SP

# Polícia Civil deflagra segunda fase da Operação Falso Mercúrio e bloqueia R$ 6 bilhões do PCC

A Polícia Civil de São Paulo desferiu um golpe significativo contra o crime organizado na manhã de quinta-feira ao deflagrar a segunda fase da Operação Falso Mercúrio. A ação resultou no bloqueio de até R$ 6 bilhões em contas bancárias e bens de uma sofisticada rede de lavagem de dinheiro ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

A operação, que mobilizou 100 policiais civis do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), cumpriu 54 ordens judiciais, incluindo seis mandados de prisão e 48 de busca e apreensão realizadas na capital e região metropolitana de São Paulo. O impacto patrimonial foi expressivo: a Justiça determinou o sequestro de 257 veículos, avaliados em R$ 42 milhões, além de 49 imóveis no valor de R$ 170 milhões. Três embarcações também foram apreendidas.

As investigações da 3ª Delegacia de Investigações Gerais revelaram que o grupo criminoso operava como “prestador de serviços” para o crime organizado, oferecendo mecanismos sofisticados para ocultar a origem ilícita de valores. Cerca de 49 empresas de diversos setores foram utilizadas exclusivamente para a lavagem de dinheiro, incluindo padarias, adegas, concessionárias e fintechs. Esses estabelecimentos atendiam traficantes de drogas, estelionatários e operadores de jogos de azar.

A estrutura criminosa funcionava de maneira profissional e bem organizada, com divisão clara de responsabilidades: coletores que arrecadavam o dinheiro ilegal, intermediários que ocultavam os valores e beneficiários que recebiam os recursos supostamente regularizados. O montante movimentado pela rede era milionário e destinado a financiar atividades do crime organizado.

Pelo menos 20 pessoas físicas e 37 empresas tiveram suas contas bloqueadas. Os bloqueios individuais podem chegar a R$ 98 milhões em cada conta bancária, demonstrando a magnitude do esquema de movimentação financeira ilícita.

O secretário da Segurança Pública, Osvaldo Nico Gonçalves, comentou o resultado da operação: “Os envolvidos no crime viviam uma vida de luxo e conseguiam milhões com a atividade ilícita. Hoje, nós avançamos contra essa rede criminosa”. A estratégia adotada pela polícia é de asfixia financeira e operacional das organizações criminosas.

As investigações descobriram conexões alarmantes: um dos beneficiários do esquema é um homem foragido da Justiça, suspeito de envolvimento na execução de Antonio Gritzbach no Aeroporto Internacional de Guarulhos em novembro de 2024. Seis suspeitos principais permaneciam foragidos até o final da tarde de quinta-feira, enquanto os presos e materiais apreendidos eram encaminhados à 3ª DIG para aprofundamento das investigações.

A segunda fase da Operação Falso Mercúrio representa um avanço significativo na descapitalização do crime organizado. A primeira etapa, deflagrada em julho, havia cumprido 21 mandados de busca e apreensão contra os mesmos investigados, que continuam como alvo de perseguição. Conforme explicou o delegado-geral de Polícia, Artur Dian, a atuação coordenada busca desarticular não apenas indivíduos, mas toda a infraestrutura financeira que sustenta as atividades ilícitas do PCC e suas operações criminosas associadas.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)