O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o uso de oxigênio nos hospitais deve ser racionalizado, em uma tentativa de, pasmem, economizar a utilização do insumo médico em pacientes que chegam com falta de ar e capacidade pulmonar reduzida pela COVID 19.
Não sei qual escola de administração o Ministro se formou, mas parece não ser das melhores. Ao invés de estar trabalhando para diversificar as fontes de fornecimento para ampliar a oferta, retirar entraves para importação, zerar tarifas e impostos, faz a opção por “selecionar melhor” os pacientes que receberão o oxigênio.
“Nós estamos trabalhando na área técnica, eu convidei o professor Carlos Carvalho, da USP, para trabalhar conosco nas áreas essenciais que, entre outras coisas, racionalizem o uso de oxigênio. Todos sabem que as pessoas chegam aos hospitais e a primeira coisa é colocar o oxigênio muitas vezes em quem não precisa, vamos tentar economizar, vamos fazer uma grande campanha entre os profissionais de saúde, para o uso racional do oxigênio”, afirmou Queiroga.
O recém empossado Ministro tem demonstrado boa vontade para romper com o legado de Pazuello e tentar equilibrar a ciência da medicina com o negacionismo do presidente, seu chefe, mas não me parece a melhor mensagem a se passar para as vítimas da COVID e ao país. Negar a terapia com oxigênio, ou adiar seu início a título de “racionalizar” e “economizar” é mais um sofrimento imposto as vítimas da doença, entre tantos.
Vamos torcer para que alguém “ventile” no ouvido do Ministro que o caminho não é esse, e que tenha sido apenas uma ideia infeliz, o país não aguenta mais bizarrice de quem deveria oferecer soluções reais, para problemas reais.
Fortalecer o SUS e a rede de abastecimento, acelerar a vacinação, melhorar o atendimento, ampliar leitos, usar máscaras, manter o distanciamento e o isolamento social, esses sim, merecem uma “grande campanha” como pretende Marcelo Queiroga para economizar oxigênio.
Por J. Laurentino
Esse texto foi recebido por colaboração independente e não reflete, necessariamente, a opinião do Portal NegoPB.