Na noite da última segunda (01), o plenário da Câmara dos Deputados elegeu o alagoano, Arthur Lira, por 302 votos favoráveis, seu novo presidente.
Candidato do presidente Bolsonaro, pai da sua eleição, Lira se elegeu prometendo uma presidência participativa, com decisões colegiadas, e sem abusar das prerrogativas da função.
Sua primeira ação como presidente? Anular a formação do bloco partidário que concorreu contra ele e abrir caminho para ocupar o máximo de espaços possíveis nos cargos da mesa e das comissões, para seus aliados e eleitores.
Na Paraíba, a eleição do alagoano traz desdobramentos importantes para o pleito de 2022.
Vale a lembrança, que para se tornar o nome do PP, para disputar o comando da Câmara dos Deputados, Arthur Lira precisou derrubar outros nomes fortes do Congresso Nacional, entre eles, o Deputado paraibano, Aguinaldo Ribeiro, chefe do PP no Estado.
O Progressistas mantém uma aliança com o clã Cunha Lima em Campina Grande, através da presença do filho da Senadora Daniella Ribeiro, Lucas Ribeiro, na vice-prefeitura de Bruno Cunha Lima e outra aliança na capital, com o Cidadania do Governador João Azevedo, que elegeu Cícero Lucena.
Na prática, o PP acendeu vela para dois santos. Com qual deles pretende rezar são outros quinhentos. Na política, ninguém fica em cima do muro, ou toma pedrada dos dois lados.
Acredito que uma pretensa candidatura do PP ao governo do Estado, passaria pelo fortalecimento de Aguinaldo no cenário nacional e a eleição da Câmara foi sua janela. Com a escolha e vitória de Lira, o clã Ribeiro saiu enfraquecido para lançar a candidatura da Senadora Daniella.
Ela que correu para dizer que continuava oposição a João Azevedo, antes mesmo de tirar os confetes do cabelo, pelas comemorações da eleição de Cícero, vai precisar aguardar a definição do candidato dos Cunha Lima, se Pedro ou Romero, este último já se lançou na disputa e tem até caravana programada para visitar todas as cidades e regiões do Estado.
A palavra final será de Cássio. O ex-senador está com fome eleitoral. Não vai se conter em atuar dos bastidores. Ficou claro pelas últimas entrevistas que concedeu, durante as eleições municipais de 2020. Vai querer protagonizar.
As eleições de 2022, serão disputadas entre o ungido do clã Cunha Lima e o governador João Azevedo, é o caminho natural. Os Ribeiro serão provocados a tomar um lado e com eles Cícero Lucena. Da fidelidade de Cícero, não se duvida.
Por J. Laurentino