OPINIÃO | Romero tenta entregar Campina Grande à COVID por votos

O prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, recorreu ao STF para que seja permitida a abertura de bares e restaurantes na cidade durante o feriadão de Ano Novo.

Banalizar a morte de 190 mil brasileiros vítimas da doença e colocar outras milhares em risco virou a nova face da política brasileira.

O cavalo de batalha que o prefeito Romero Rodrigues faz com o governo do Estado e diretamente com o Governador João Azevedo é a maior prova que vidas humanas valem pouco mais ou quase nada, para determinados tipos de políticos, quando votos estão na mesa.

O que mais justificaria a batalha judicial travada pelo prefeito pela abertura de bares e restaurantes?

A postura do Governo do Estado sempre foi a mesma desde o primeiro caso confirmado da doença em terras paraibanas: Vidas em primeiro lugar.

De olho nas eleições de 2022, Romero só pensa no Palácio da Redenção e para chegar lá, vai entregar Campina Grande à COVID se for preciso.

Mesmo diante de um cenário de aumento exponencial do número de casos da doença e lotação de UTI’s ameaçando colapsar o sistema público de saúde, do litoral ao sertão, Romero tentar fazer política com a vida alheia.

Jogar para a plateia, invocar princípios federalistas e cláusulas constitucionais para justificar a necessidade de liberar bares e restaurantes, é, como já disse, banalizar a morte de mais de 190 mil pessoas no Brasil e quase 2 milhões de vítimas da doença ao redor do mundo. Na Paraíba, são mais de 3.600 vidas perdidas.

A postura pró-COVID que o prefeito de Campina Grande e futuro candidato a alguma coisa adota ao escolher advogar pelos que querem seguir o caminho do negacionismo e diminuir a gravidade da doença, é uma opção política e na hora certa terá que pagar o preço pelo falta de empatia com a vida humana.

Qual a necessidade de assumir o risco de mais contaminações e mortes no município, por apenas uma noite de “farra” quando muitos países já vacinam seus povos e temos promessa para janeiro ou fevereiro da vacinação no Brasil?

Que tipo de gestor e político oferece voluntariamente a saúde e a vida das pessoas a própria sorte? Certamente um que não merece meu voto e não merece certamente o seu.

A hora é de se resguardar, cedo ou tarde a vacina está chegando. Se preservem, protejam os seus. A vida vale a pena, mas precisamos respeitá-la.

Infelizmente, nesse caso, Romero é o exemplo claro do que não se deve fazer na política. Brincar com a vida alheia.

Por J. Laurentino

Atualização: 19h49 – 29/12/2020

*Em decisão nesta terça (29), durante o plantão do judiciário, o Ministro Fux, presidente do STF, rejeitou a ação movida pelo município de Campina Grande contra a decisão do Desembargador João Alves, do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), que determinou que Campina Grande siga o decreto estadual que limita o horário dos bares e restaurantes nas datas das festividades de Natal e Ano Novo, das 6h às 15h, nos dias 24, 25 e 31 de dezembro de 2020 e 1 de janeiro de 2021.

Conforme adiantamos em artigo, é atentar contra a saúde pública advogar em favor de facilidades para aglomerações e festanças durante uma pandemia. Essa politicagem eleitoreira não serve à ninguém. Políticos desse “quilate”, não merecem seu voto e o seu respeito. Pense nisso.

A vida em primeiro lugar.

Por J. Laurentino

Esse texto foi recebido por colaboração independente e não reflete, necessariamente, a opinião do Portal NegoPB.