OPINIÃO | Justiça promove “estupro coletivo” ao absolver André Aranha. Caso Mariana Ferrer

O caso é mais um daqueles que causam mal estar e estranheza.

A figura jurídica do “estupro culposo”, se quer existe no ordenamento jurídico brasileiro.

Mas foi a tese, apresentada pelo Ministério Público e aceita pela justiça, livrando o empresário André de Camargo Aranha de qualquer punição.

É um “estupro coletivo” promovido por instituições de Estado contra todas e todos que militam por respeito e direitos iguais. Um verdadeiro passe-livre para que outras vítimas sejam culpadas por seu “estupro culposo”, já que serve como “julgado” e pode embasar decisões congêneres.

A normalização da barbárie. E a próxima vítima pode ser você. Ou eu.

Ocorre justamente quando o país, supostamente, vive seu momento mais “conservador”, mais “família” e mais “cidadão de bem”.

Tudo aquilo que não somos.

Essa “treva” pela qual passamos, está servindo para apresentar uma sociedade brasileira, racista, machista, homofóbica, retrógrada e atrasada no tempo e no espaço.

Uma velhacaria saudosista de valores morais superados por seu descompasso com o mundo moderno. Um aborto extemporâneo de uma geração que se encaminha para dar seu suspiro final, mas que antes disso, quer se enebriar com as lembranças de uma juventude que pariu o nazismo, o fascismo e a ditadura no Brasil.

O vídeo produzido pelo The Intercept Brasil, detalha a audiência e a complacência do Ministério Público e da Justiça, com os abusos cometidos contra Mariana Ferrer.

Por J. Laurentino

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal NegoPB.