Os últimos episódios envolvendo o presidente Jair Bolsonaro, somados ao histórico delituoso no enfrentamento a pandemia, nos leva a entender que sua permanência no cargo se tornou insustentável e que a política da troca de emendas parlamentares pela blindagem contra a abertura do processo de impeachment chegou ao seu limite.
Já somam 130 o número de pedidos de impedimento do presidente engavetados pela presidência da câmara dos deputados em um completo descaso com a sociedade e com sua missão e atribuições constitucionais.
Enquanto milhões de brasileiros esperavam e esperam ansiosos pela oportunidade de se imunizarem contra o vírus mortal causador da COVID-19, o presidente atrasou a compra de vacinas para favorecer um esquema criminoso envolvendo a compra da vacina covaxin em um contrato de mais de 1 bilhão de reais, conforme vem descobrindo a CPI da pandemia.
Vidas foram colocadas a mercê da própria sorte, enquanto o presidente da república prevaricou para proteger um esquema de corrupção na compra de vacinas. A mesma empresa Precisa Medicamentos, foi levada pela mão à presidência do BNDS, pelo filho de Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro, para conseguir as facilidades do poder na busca por recursos do banco.
Com 510 mil mortos, o Brasil é o número 1 em mortes por milhão de habitantes. Mais revoltante é saber que 400 mil dessas mortes poderiam ter sido evitadas, segundo Pedro Hallal, epidemiologista e pesquisador da Universidade Federal de Pelotas, quatro em cada cinco mortes pela doença no país eram evitáveis caso o governo federal tivesse adotado outra postura — apoiando o uso de máscaras, medidas de distanciamento social, campanhas de orientação e ao mesmo tempo acelerando a aquisição de vacinas.
Ou seja, o que assistimos no Brasil foi uma aliança entre o governo federal e o coronavírus.
O poder legislativo assim como o poder judiciário, na negligência ou omissão daquele, tem por dever constitucional afastar o presidente da república do cargo. Não afastá-lo é se tornar cumplice dessa matança.
Manter Jair Bolsonaro no poder é o mesmo que lhe dar uma licença para matar e as vítimas somos nós mesmos, brasileiros!
Por J. Laurentino
Esse texto foi recebido por colaboração independente e não reflete, necessariamente, a opinião do Portal NegoPB.