OPINIÃO | Nilvan Ferreira pediu perdão a Cássio em troca de apoio

Cássio e Nilvan seguiam rompidos desde a cassação pelo TSE em 2008. A fidelidade de Nilvan mudara para José Maranhão tão logo este assumira o governo do Estado. Maranhão também foi o responsável por conseguir seu novo emprego no Sistema Corrreio após sua demissão da Rádio Arapuan FM, quando assumiu a Secretaria de Comunicação de Bayeux, na gestão do prefeito Jota Júnior.

Já em 2010, com Cássio concorrendo ao Senado e apoiando Ricardo Coutinho para o governo do Estado, o rompimento se transformou em bate bota durante uma entrevista, Cássio cobrou a conta e disparou:

Nunca lhe fiz um telefonema, pergunte a João [Gregório] se eu já fiz algum pedido pela sua cabeça. Contribui com sua vinda para João Pessoa, tenho consciência disso, acho que você sabe disso. Tenho respeito pela sua posição e espero que respeite a minha. Peço apenas que você me deixe argumentar para que a entrevista flua.

Nilvan atribuía a Cássio e Ricardo sua demissão da Arapuan.

Em 2020, Nilvan sai candidato a prefeito de João Pessoa pelo MDB, com uma votação de mais de 60 mil votos no 1° turno, e volta a procurar seu mentor e padrinho, Cássio, responsável pela sua saída de Cajazeiras e vinda para João Pessoa.

Para dar seu apoio a Nilvan, Cássio que já estava vitorioso em Campina Grande com Bruno Cunha Lima, exigiu o pedido de perdão. Nilvan foi ingrato com a ajuda que recebeu para chegar aonde chegou. Criou uma narrativa de “eu sozinho” e esqueceu quem lhe apadrinhou e abriu os caminhos. Ingratidão é difícil de ser digerida.

Para Nilvan não restava saída. Pediu perdão e foi perdoado. Não por acaso, ainda na mesma semana, Romero Rodrigues, Bruno Cunha Lima e companhia desembarcaram em João Pessoa para selar a aliança e anunciar a boa nova: Nilvan estava perdoado e iria contar com o apoio do PSDB e do PSD para o 2° turno de João Pessoa.

Servindo a dois senhores

Nilvan serve a dois senhores. Em 2022, precisará pagar a conta de 2020. Cássio e Maranhão irão cobrar a fatura. Nilvan não terá autonomia para governar, precisando consultar seus criadores (Cássio e Maranhão), para tomar suas decisões mais importantes. Ainda, dependerá dos votos dos aliados dos seus padrinhos na Câmara Municipal, para implementar suas políticas de “revolução administrativa” como vem prometendo na campanha.

Nilvan não tem aliados. Cássio e Maranhão, sim.

Com tamanho compromisso eleitoral, será um prefeito falso, por tabela, marionete/fantoche, nas mãos daqueles que a Paraíba e João Pessoa, já rejeitaram no voto.

Nestas condições, Nilvan não serve a João Pessoa. Só serve a Cássio e Maranhão.

Por J. Laurentino

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