OPINIÃO | O maior erro de Nilvan, apostar a vida alheia contra a COVID. A pandemia não acabou.

Garantir o retorno das aulas em João Pessoa, sem vacina, é flertar com o genocídio de pobres e pretos.

Para quem se autodenomina de “candidato do povo”, no mínimo deveria saber que das vítimas da COVID, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pretos e pardos representam 57% dos mortos, enquanto brancos são 41%.

É nesse ponto onde seu bolsonarismo se aflora com mais evidência, na negligência com a vida alheia, na falta de empatia com o próximo. No negacionismo da ciência médica. Vale mais a pena agradar o empresário, que poderá contribuir com a campanha. É dinheiro.

Virou especialista em COVID do dia para a noite. Decora números e repete com uma maestria assustadora. De todos os equívocos eleitorais da campanha, prometer não haver lockdown, independente do número de casos e mortes pela doença, é o mais absurdo.

Nilvan não condicionou, afirmou categoricamente: “Comigo, não vai ter lockdown”. É irresponsável colocar a vida das pessoas em jogo, em troca de votos.

Na ponta da lança estão pais e mães de família, que terão que enfrentar um transporte público lotado, se expondo ao vírus, para voltar para casa e expor sua família à contaminação.

Se fosse verdadeiro, que se preocupa com as pessoas, estaria garantindo um auxílio municipal, para proteger os mais vulneráveis da doença até a vacinação começar. E não os largando a própria sorte contra a COVID.

Na Paraíba, até o último boletim divulgado, são 142.898 casos confirmados da doença e 3.261 mortes. Em João Pessoa, os leitos de UTI já se aproximam de 60% de ocupação novamente.

É a segunda onda, que já forçou Nova York, Paris, Londres e Milão a fechar suas escolas e suspender o período letivo. Assim como bares e restaurantes.

Mas aqui, nosso radialista especialista em coronavírus, promete não fazer lockdown e abrir escolas públicas e privadas até 18 de janeiro. Caso eleito.

Só nos resta rogar para que Deus tenha piedade desta cidade. Se nossas preces forem atendidas, domingo, dia 29, saberemos.

Por J. Laurentino

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