Ainda na última semana havia escrito sobre o convite de Pedro Cunha Lima a Nilvan Ferreira, para o ingresso deste no PSDB, visando disputar as eleições de 2022. A união do bolsonarismo de Campina Grande com o negacionismo de João Pessoa, que não oferece nada além de fanfarronices à sociedade.
Grita aos olhos o perfil dos aliados buscados pelo PSDB (Pedro) para viabilizar sua disputa ao governo do Estado. Como já disse em outros artigos, mais que oportunismo e conveniência política, as opções políticas feitas por Pedro indicam a escolha por um espectro político onde atualmente se encontram denunciados, réus, negacionistas, militantes antivacina e antilockdown, patrocinadores de fakenews e da cloroquina.
A pandemia e suas mais de 450 mil vítimas está nos mostrando claramente o caminho que essa gente defendeu e orientou o povo a seguir, além de suas “práticas políticas”, que para além do discurso feito pelos assessores, nos bastidores, acumulam processos judiciais, denúncias e inquéritos.
Vejamos:
Romero Rodrigues
Ex-prefeito de Campina Grande, Romero foi até pouco tempo atrás o principal aliado do grupo Cunha Lima para disputar as eleições ao governo do estado em 2022, inclusive, concorrendo com Pedro pela “cabeça da chapa”. Romero se tornou réu e saiu da linha de frente das articulações, após a justiça aceitar denúncia feita no âmbito da Operação Calvário, que aponta para um suposto pagamento de R$ 150 mil, feito por Daniel Gomes (da Cruz vermelha) em 2012, para sua campanha. Ainda, em sua gestão, autorizou o uso da hidroxicloroquina e determinou a Secretaria de Saúde de Campina Grande a criação de protocolo para a prescrição do medicamento que constava na lista de um “coquetel”, popularmente chamado “kit covid”, que seria distribuído na Upa do Alto Branco para pacientes na fase inicial da doença. Até hoje, não há evidências científicas que apontem a eficácia do “kit covid” em casos de infecções por coronavírus.
Nilvan Ferreira
Convidado por Pedro para ingressar nos quadros do PSDB e disputar as eleições de 2022, o apresentador e ex-candidato Nilvan Ferreira coleciona problemas com a justiça, todos por uma suposta “perseguição” segundo ele. Durante a campanha eleitoral à prefeitura de João Pessoa, Nilvan foi por diversas vezes provocado a explicar os desdobramento da “operação vitrine”, ainda em curso sob segredo de justiça, que investiga a venda de produtos falsificados de marcas nacionalmente reconhecidas na Loja da Grife Multimarcas, também conhecida como a ‘Loja do Nilvan’. O prejuízo causado as marcas pode chegar a R$ 1 milhão de reais, além da prática dos crimes de estelionato, contra a ordem tributária e contra o consumidor. Ainda, na última semana, o Ministério Público da Paraíba, abriu investigação formal contra a esposa de Nilvan Ferreira, Fernanda Gonçalves Bernardino, por supostamente ser funcionária fantasma em diversas prefeituras paraibanas. A denúncia apontou 7 vínculos empregatícios entre Fernanda e diversos municípios da Paraíba no período que compreende 2011 a 2020 como: Campina Grande, Santa Rita, Bayeux, Sousa e João Pessoa. Os cargos variam de assessora política, a digitadora e até dentista.
Bruno Cunha Lima
Atual prefeito de Campina Grande, Bruno foi eleito com apoio de Romero, Pedro e do grupo Cunha Lima. Ganhou notoriedade por negar leitos da rede municipal de saúde para pacientes de outras cidades do Estado, no pico da segunda onda da COVID 19, quando chegaram a ocorrer mais de 60 óbitos por dia no Estado e a fila por um leito de UTI chegou a mais de 50 pacientes. Campina tinha leitos vazios no período.
Seguindo a linha de Romero Rodrigues, Bruno também se negou a cumprir medidas restritivas previstas em decretos estaduais de enfrentamento a COVID para prevenir o colapso do sistema de saúde pública. Em decisão de primeira e segunda instâncias, foi obrigado a seguir os decretos e taxado de dar “mau exemplo” pela justiça, no combate a pandemia. Bruno é aliado de primeira hora do presidente Jair Bolsonaro, a quem recebe com frequência em Campina Grande. Nas visitas, para agradar o mandatário, o uso de máscaras é ignorado, assim como o distanciamento social.
Wallber Virgolino
O deputado foi eleito na chamada “onda bolsonarista” de 2018. Frequentemente associado a prática de disseminação de notícias falsas, especialmente contra o governo do Estado, Wallber já foi citado em reportagens da mídia nacional que apontaram que enquanto o Deputado encorajou o povo a ir as ruas contra as medidas restritivas do Governo do Estado para o enfrentamento da COVID, se refugiou com a família em um condomínio de luxo, na cidade de Bananeiras, no interior do Estado.
Wallber que é “fechado com Bolsonaro”, segue defendendo e referendando todas as práticas do governo federal no enfrentamento da pandemia, desde o uso de cloroquina e hidroxicloroquina, sem comprovação científica, até a negação de realizar lockdown no país para evitar novas contaminações, mesmo diante de 450 mil vítimas da doença.
No último mês, Wallber teve seu nome associado a invasão do Centro Administrativo Municipal de João Pessoa, quando membros de um grupo supostamente apoiado pelo deputado, agrediram verbalmente e ameaçaram de morte o prefeito Cícero Lucena.
Cabo Gilberto
Assim como Wallber, o Deputado Cabo Gilberto foi eleito na onda bolsonarista de 2018. Acumula uma série de associações de seu nome a prática de fakenews e disseminação de notícias falsas.
Apoiador de Bolsonaro, cabo Gilberto costuma frequentar as manifestações de apoio ao presidente em Brasília, onde em descumprimento aos decretos e leis do Distrito Federal, costuma se aglomerar sem respeitar o distanciamento social e o uso de máscara.
Bolsonarista e militante do movimento antilockdown, costuma participar de atos pela abertura do comércio e da atividade econômica, mesmo diante da segunda onda da COVID onde os óbitos, como já disse, passaram de 60 por dia no Estado.
Cabo Gilberto defendeu recentemente uma “colisão” com a participação do PSDB para disputar o governo do Estado, “Sem dúvidas. Aqui na Paraíba é a política local e sabemos como funciona, lá em Brasília é outra composição. Então nosso grupo político estará unido e o PSDB faz parte dessa oposição no Estado. Eles são bem-vindos em âmbito estadual, obviamente no cenário nacional é outra leitura. Aqui nós sabemos diferenciar os nomes da oposição para lançar uma chapa competitiva”, disse o deputado.
Esta é a espinha dorsal da “oposição” na Paraíba, uma colisão de interesses que antes de mais nada só visa o poder, sem nada para oferecer além de promessas e discursos vazios que sequer praticam. Faça as contas, é jogo de soma zero, já tenho dito.
Por J. Laurentino
Esse texto foi recebido por colaboração independente e não reflete, necessariamente, a opinião do Portal NegoPB.