OPINIÃO | Pedro vai defender o legado de Cássio. Da cassação à delação de recebimento de 800 mil da Odebrecht para vender a CAGEPA?

O ano de 2022 se inicia com a corrida eleitoral no radar.

A reeleição de João Azevedo movimenta a política estadual e uma fragilizada oposição tenta se reunir no entorno do príncipe oligarca Pedro Cunha Lima, que atirado como candidato ao governo do estado, não teve tempo ao menos de praticar o discurso improvisado que fez durante o lançamento de sua pré-candidatura.

A verdade é que Cássio se poupou de uma nova derrota e ofereceu a cabeça de Pedro a prêmio, perder agora seria o fim da carreira.

Mas indo direto ao ponto, Pedro vai defender o legado de Cássio?

Vejamos o legado:

Na política:

Segundo governador de estado da história do Brasil a ser cassado, Cássio deixou seu legado para o povo paraibano.

Cassado em 2008 por abuso de poder econômico, foi denunciado pela distribuição de 35 mil cheques da FAC, totalizando 4 milhões de reais, para pessoas carentes as vésperas do pleito eleitoral.

Na Segurança Pública:

Após a greve dos delegados de polícia da Paraíba completar um mês, na segunda-feira (5), o governo estadual decidiu aumentar a pressão para forçar a volta ao trabalho dos manifestantes.

O movimento grevista diz que há ao menos 200 de braços cruzados e mais de 8.000 inquéritos parados. O governo nega e afirma que são apenas cem delegados (de um total de 307 no Estado).

Na corrupção:

Em depoimento a procuradores da Operação Lava Jato, o presidente da Odebrecht Ambiental, Fernando Reis, disse que pagou R$ 800 mil ao vice-presidente do Senado, Cassio Cunha Lima (PSDB-PB), durante a campanha derrotada do parlamentar ao governo da Paraíba. Segundo o executivo, o senador tomou a iniciativa de chamar o diretor da companhia Alexandre Barradas ao seu gabinete no Congresso e pediu o dinheiro pelo caixa 2 para a campanha, em troca de privatizar o sistema de água do Estado caso fosse eleito com licitação direcionada para favorecer o grupo empresarial.

Na Saúde

Na época, o secretário de Estado da Saúde, Geraldo Almeida, falou ao portal Clickpb sobre a possibilidade de deflagração de uma greve, que deverá paralisar as 29 unidades de saúde administradas pelo Governo do Estado.

 Ele afirmou que “o direito de greve do trabalhador é constitucional e legítimo”, mas garantiu que a população não deve ser prejudicada. Para garantir a tranquilidade no atendimento da saúde em toda a Paraíba, uma série de medidas já foram tomadas.

Essa é apenas uma pequena fração do legado que a oligarquia Cunha Lima deixou na Paraíba e ainda se perpetua através dos cargos públicos vitalícios, das concessões de rádio públicas, dos familiares deputados, prefeitos, vereadores e conselheiros, como o cunhado do agora pré-candidato Pedro Cunha Lima, que ocupou nos últimos anos uma vaga na SUDENE por indicação do clã.

Pedro não é Pedro, Pedro é Cássio novamente no poder. E a Paraíba não precisa e nem merece esse castigo.

Por J. Laurentino