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Paes anuncia reunião com ministro para discutir situação de aeroportos

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, anunciou que se reunirá com o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, na segunda semana de janeiro, para discutir a flexibilização do limite anual de passageiros no Aeroporto Santos Dumont. A medida, que pode elevar o teto de 6,5 milhões para até 8 milhões de passageiros em 2026, gerou críticas do prefeito, que defende a priorização do Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão.

Paes, que inicialmente acusou “forças ocultas” na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) de agir “às escuras” para aprovar a mudança, adotou um tom conciliador em postagem no X (antigo Twitter). “Conversei com o ministro Silvio Costa Filho, que sempre foi um aliado na coordenação dos aeroportos do Rio, implementou as medidas que fortaleceram o Galeão e ampliaram a malha de voos do nosso estado”, escreveu. Ele completou: “Diante das notícias recentes, ficou combinado que, na segunda semana de janeiro, teremos uma reunião para avançar com a melhor solução para o Rio e o Brasil”. Paes também agradeceu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, “que acompanha o assunto com a máxima atenção e sensibilidade em defesa dos interesses do Rio de Janeiro”.

A disputa entre os dois aeroportos cariocas remonta à imposição do teto no Santos Dumont, em 2023, com o objetivo de equilibrar o fluxo de passageiros. O terminal central, administrado pela estatal Infraero e próximo à zona sul turística, viu seu movimento cair quase pela metade, de 10,9 milhões para 5,7 milhões de passageiros anuais. Em contrapartida, o Galeão, na Ilha do Governador e controlado pelo grupo privado Changi, mais que dobrou sua operação, passando de 6,8 milhões para 16,1 milhões. O total nos dois aeroportos cresceu 23%, de 17,7 milhões em 2023 para 21,8 milhões em 2025.

O ministro Silvio Costa Filho defendeu a ampliação gradual no Santos Dumont, afirmando em entrevista à GloboNews que o aumento de 1 a 1,5 milhão de passageiros não afetará o Galeão. Ele destacou o crescimento da economia brasileira e do turismo internacional no Rio, com novas rotas aéreas, e enfatizou que a decisão resulta de negociações transparentes envolvendo a Anac, o Tribunal de Contas da União (TCU), concessionárias e até a prefeitura. “Esse acordo foi feito pelo TCU, sob a liderança do relator Benjamin Zymler”, reforçou Costa Filho, negando qualquer ação isolada da agência reguladora.

No centro do debate está a repactuação do contrato do Galeão, concedido à iniciativa privada em 2014. Após a pandemia de covid-19 reduzir drasticamente o tráfego, a Changi ameaçou devolver a operação em 2022 e negociou uma renovação em 2024, aprovada pelo TCU em junho. O acordo, assinado em setembro, prevê uma venda assistida em 30 de março de 2026, com lance mínimo de R$ 932 milhões e a transferência integral da participação da Infraero (49%) ao novo operador. Paes argumenta que o teto no Santos Dumont foi essencial para essa recuperação, beneficiando a malha de voos internacionais e a economia local.

A Anac, vinculada ao Ministério dos Portos e Aeroportos, repudiou as acusações de Paes, garantindo que todas as discussões com companhias aéreas ocorrem de forma aberta. Entidades como a Fecomércio-RJ e a Firjan expressaram preocupação com o impacto no Galeão, enquanto especialistas apontam benefícios econômicos do modelo atual, incluindo maior movimentação de cargas. A reunião marcada para janeiro pode definir o equilíbrio entre os terminais, separados por cerca de 20 quilômetros, em um momento de otimismo com o turismo no Rio.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)

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