O papa Leão XIV realizou, pela primeira vez, uma reunião com sobreviventes de abuso sexual pelo clero católico na segunda-feira, 20 de outubro. A reunião, que durou cerca de uma hora, ocorreu após um relatório crítico da Comissão de Proteção à Criança do Vaticano, que acusou os líderes da Igreja de serem lentos em ajudar as vítimas. Leão se encontrou com representantes da Ending Clergy Abuse, uma coalizão internacional de sobreviventes, e o encontro foi descrito como “um momento significativo de diálogo”.
A Igreja Católica, com seus 1,4 bilhão de seguidores, tem sido abalada por décadas de escândalos de abuso e encobrimento em todo o mundo. Esses escândalos prejudicaram significativamente a credibilidade da instituição e resultaram em centenas de milhões de dólares em acordos.
Recentemente, um relatório da Comissão de Proteção à Criança do Vaticano criticou os bispos por não fornecerem informações às vítimas sobre como suas denúncias de abuso estavam sendo tratadas, ou se os bispos negligentes haviam sido sancionados.
Gemma Hickey, uma sobrevivente canadense que participou da reunião, destacou que o papa Leão ouviu atentamente as vítimas. “O papa Leão é muito afetuoso, ele ouviu. Dissemos a ele que viemos como construtores de pontes, prontos para caminhar juntos em direção à verdade, à justiça e à cura”, declarou Hickey. Essa reunião marca um passo importante na busca por diálogo e resolução dos problemas de abuso dentro da Igreja Católica, ainda que alguns sobreviventes acreditem que Leão ainda está compreendendo a magnitude dos escândalos.
