A Paraíba alcançou um marco histórico ao registrar a menor taxa de analfabetismo entre pessoas com 15 anos ou mais de idade, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (22).
O percentual de analfabetismo no estado caiu para 13,2% em 2023, o que representa uma redução significativa desde 2016, quando a série histórica teve início. Apesar do progresso, a Paraíba ainda tem a terceira maior taxa de analfabetismo do país, acima das médias nacionais (5,4%) e regionais (11,2%).
Desigualdades persistem
O estudo revela que o analfabetismo ainda é mais prevalente entre homens (16,1%) do que mulheres (10,5%). A proporção também era mais intensa no grupo de pessoas pretas ou pardas (14,4%), do que no das brancas (10,6%).
Quanto ao nível de instrução das pessoas de 25 anos ou mais, a maior parcela dessa população (34,7%), cerca de 886 mil pessoas, tinha apenas o ensino fundamental incompleto ou equivalente. Esse percentual, que em 2016 era de 40,5%, tem caído ao longo dos anos, mas ainda permanece majoritário entre as classes de nível de instrução.
Capital com maior taxa entre regiões metropolitanas
Mesmo sendo inferior à média estadual, a taxa de analfabetismo na Região Metropolitana de João Pessoa, em 2023, foi de 7,6%, a maior entre as demais regiões metropolitanas do Brasil.
Contudo, a análise temporal mostra uma tendência de redução do indicador desde 2018, quando foi registrada uma taxa de 8,9%, o menor valor da série histórica, tendo sido atingido em 2023.
Assim como no restante do estado, na Região Metropolitana de João Pessoa, onde viviam 80 mil pessoas analfabetas de 15 anos ou mais de idade, a taxa de analfabetismo entre os homens (8,1%) era maior do que entre as mulheres (7,1%).
Ensino Básico Obrigatório
A Paraíba também apresenta a menor proporção de pessoas com pelo menos o Ensino Básico Obrigatório completo (58,9%). No entanto, houve um aumento gradual dessa proporção nos últimos anos, em 2016 era de 52,2%.
Desafios e perspectivas
Apesar dos avanços, ainda há um longo caminho a percorrer para alcançar as metas do Plano Nacional de Educação, que prevê a erradicação do analfabetismo até 2024. É necessário investir em políticas públicas que ampliem o acesso à educação de qualidade para todos os grupos sociais, especialmente para aqueles mais vulneráveis à exclusão educacional.