Após as cenas chocantes de violência e depredação do patrimônio público ganharem o mundo, parlamentares americanos passaram a exigir a saída do ex-presidente do país que lá se refugiou desde o dia 30 de dezembro quando deixou o país em avião da FAB.
Bolsonaro está Flórida, na mansão do lutador de MMA José Aldo e, ontem teria dado entrada em um hospital com dores abdominais, segundo reportagem do Jornal ‘Estado de Minas’, o hospital negou que houvesse algum paciente com seu nome internado lá. Em alguns anúncios, o hospital é classificado como ‘spa’.
Ele evitou condenar os ataques que destruíram um importante recorte da história do Brasil de valor incalculável. Seus apoiadores, inconformados com sua derrota nas últimas eleições, pediam golpe de estado.
Depois que as cenas de vandalismo ganharam o mundo, parlamentares americanos passaram a exigir publicamente a saída de Bolsonaro do país.
“Quase 2 anos depois do dia em que o Capitólio dos EUA foi atacado por fascistas, vemos movimentos fascistas no exterior tentando fazer o mesmo no Brasil”, escreveu no Twitter a deputada Alexandria Ocasio-Cortez, acrescentando, “”Os EUA devem parar de conceder refúgio a Bolsonaro na Flórida”.
Biden, por sua vez, condenou o vandalismo no Twitter, mas evitou se pronunciar sobre a situação de Bolsonaro nos EUA.
“Condeno o atentado à democracia e à transferência pacífica do poder no Brasil. As instituições democráticas do Brasil têm todo o nosso apoio e a vontade do povo brasileiro não deve ser prejudicada. Estou ansioso para continuar a trabalhar com @LulaOficial”, escreveu no domingo.
O deputado democrata Joaquin Castro, do Congresso dos EUA, disse na CNN que os Estados Unidos não devem dar refúgio a um “líder autoritário que inspirou o terrorismo doméstico” e devem enviar Bolsonaro de volta ao Brasil.
Bolsonaro pode ser deportado?
Não existem detalhes precisos sobre a situação atual de Bolsonaro nos Estados Unidos. Como ele ainda era presidente ao deixar o país, é provável que ele tenha obtido um visto tipo A1, que é destinado a autoridades.
Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado (responsável pela diplomacia no governo americano) afirmou, sem se referir especificamente a Bolsonaro disse que:
De forma geral, se alguém entra nos EUA com um visto A, que é essencialmente um visto diplomático para diplomatas estrangeiros ou chefes de Estado, se um portador de um visto A não está mais envolvido em assuntos oficiais relacionados aos seus governos, cabe ao portador do visto sair dos EUA ou pedir uma mudança de outro tipo de autorização migratória em até 30 dias. Se não tem motivo para estar nos Estados Unidos, qualquer indivíduo está sujeito a ser retirado pelo Departamento de Segurança Interna.”
No entanto, como não há informações claras sobre qual foi o visto que Bolsonaro entrou no país, uma outra possibilidade é que ele esteja utilizando um visto de viagem, que dá direito a ficar no país por um período máximo de seis meses.
Nem a embaixada americana em Brasília pode fornecer informações sobre a situação de Bolsonaro, pois dados sobre vistos são considerados confidenciais e privados.
Portanto, em tese, o governo americano poderia revogar o visto do ex-presidente e, caso ele tenha entrado usando um visto tipo A1, ele foi revogado automaticamente quando ele deixou de ser presidente, colocando-o ou em situação de turista ou em situação ilegal no país caso não procure a embaixada americana em até 30 dias.