Passageiros no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, enfrentaram grande frustração e cansaço diante do cancelamento de mais de 110 voos até o meio da tarde desta quinta-feira devido aos ventos fortes provocados pela passagem de um ciclone extratropical pela Grande São Paulo. A situação causou desorientação e demora na resolução das remarcações pelos aeroportos e companhias aéreas. O advogado Wagner Martins Pereira, que retornava de Gramado (RS) para João Pessoa (PB), estava entre os passageiros afetados, aguardando exausto no chão do terminal juntamente com sua esposa.
Os ventos extremos, que ultrapassaram 90 km/h, chegaram a 96,3 km/h no aeroporto de Congonhas, provocando uma crise operacional inédita na região, com mais de 400 voos cancelados entre quarta-feira e quinta-feira nos terminais paulistanos de Congonhas e Guarulhos. Somente na quinta-feira foram cerca de 100 cancelamentos adicionais. O fenômeno resultou na interrupção de energia para mais de 1,2 milhão de imóveis na capital e região metropolitana, quedas de árvores e um apagão generalizado. As companhias aéreas enfrentam dificuldades para reacomodar os passageiros, que recebem assistência conforme normas da Anac, mas reclamam da falta de comunicação e da demora para informações claras sobre voos alternativos.
Apesar da melhora nas condições climáticas, com ventos moderados na quinta e perspectiva de tempo firme para os próximos dias, os reflexos do vendaval permanecem impactando o transporte aéreo e deixando passageiros em situação delicada no maior aeroporto doméstico do país. A ocorrência reforça alertas sobre a necessidade de aprimorar a gestão de crises em aeroportos diante de fenômenos climáticos extremos cada vez mais frequentes.

