# Petrobras Apresenta Plano de Negócios 2026-2030 com Investimentos de US$ 109 Bilhões
A Petrobras divulgou na quinta-feira seu plano de negócios para os próximos cinco anos, prevendo investimentos totais de US$ 109 bilhões entre 2026 e 2030. O valor representa uma redução de 1,8% em comparação aos US$ 111 bilhões projetados anteriormente, refletindo a pressão exercida pela queda nos preços internacionais do petróleo e a necessidade de maior rigor na alocação de recursos.
Dos US$ 109 bilhões previstos, US$ 91 bilhões serão direcionados para a Carteira em Implantação, abrangendo projetos já em execução com orçamento aprovado. Os US$ 18 bilhões restantes integram a Carteira em Avaliação, destinada a iniciativas ainda em estudo que precisam passar por análises adicionais antes de avançar para a fase de implementação. A cada três meses, a Petrobras verificará se esses projetos apresentam viabilidade financeira e flexibilidade para prosseguimento.
A área de Exploração e Produção de petróleo e gás, principal foco da companhia, receberá US$ 78 bilhões do total previsto. Já os investimentos em Refino, Transporte e Comercialização foram estimados em cerca de US$ 20 bilhões, mantendo-se estáveis em relação ao plano anterior. O pré-sal da Bacia de Santos continua sendo o principal ativo estratégico, respondendo por 62% dos recursos destinados à produção.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, reafirmou a ambição da companhia de crescer junto com o Brasil, destacando que os investimentos previstos representam aproximadamente 5% dos investimentos totais no país. Ela ressaltou que a companhia prevê atingir uma produção de 2,7 milhões de barris de petróleo por dia em 2028 e 3,4 milhões de barris equivalentes de óleo e gás por dia em 2028 e 2029, resultado da implantação de oito novos sistemas de produção até 2030, dos quais sete já estão contratados.
O aumento de produção será alcançado através da estratégia de adicionar novos poços nas mesmas plataformas, substituindo poços que perderam produtividade e trocando poços menos produtivos por outros mais eficientes. Esse modelo de otimização permite maximizar a utilização da infraestrutura existente sem necessidade de investimentos desproporcionais.
Diante do cenário de preços mais baixos para o petróleo, a Petrobras adotou critérios mais restritivos na aprovação de projetos, exigindo que todos os empreendimentos apresentem Valor Presente Líquido positivo em três cenários diferentes de preços do petróleo. A empresa prevê uma redução média anual de gastos operacionais de 8,5% em relação ao plano anterior, com cortes de 12% ao ano em 2025 e 2026, totalizando aproximadamente US$ 12 bilhões em economia operacional ao longo do período.
No que tange à sustentabilidade financeira, a Petrobras reafirmou o limite de dívida bruta em US$ 75 bilhões, com meta de convergência para US$ 65 bilhões. O diretor financeiro da companhia, Fernando Melgarejo, esclareceu que a estimativa é que a dívida chegue a US$ 70 bilhões em 2025 e caia para US$ 65 bilhões em 2026. Com o barril do Brent projetado a US$ 63, a empresa poderá abater parte da dívida no próximo ano. Se o preço variar entre US$ 59 ou US$ 60 o barril, a dívida líquida permanecerá neutra, sem crescimento.
Melgarejo deixou claro que a Petrobras está trabalhando com busca de toda eficiência e otimização de custos para atingir essa convergência, mantendo uma estrutura de capital eficiente e flexível mesmo em cenários desafiadores. A companhia também manterá um caixa mínimo de US$ 6 bilhões para garantir liquidez operacional.
Quanto à distribuição de dividendos, a Petrobras projeta distribuir entre US$ 45 bilhões e US$ 50 bilhões no período de 2026 a 2030. Melgarejo explicou que para a distribuição de dividendos extraordinários seria preciso ter um fluxo de caixa operacional robusto e deixar a dívida neutra, por isso muito provavelmente não deverá haver dividendos extraordinários nos próximos períodos.
A empresa também reafirmou seus compromissos ambientais, prevendo manter emissões anuais abaixo de 55 milhões de toneladas de CO₂ equivalente até 2030. A Petrobras informou que chegará ao fim de 2025 com 80 milhões de toneladas de CO₂ reinjetadas em projetos de captura, utilização e armazenamento de carbono, atingindo a meta estabelecida no plano anterior.
O plano de negócios atual é baseado em uma projeção de preço do petróleo bruto de US$ 83 por barril, uma premissa significativamente mais elevada que os preços atuais de mercado. A administração considerou uma faixa entre US$ 60 e US$ 65 para o período de 2026 a 2030 em seus cenários de análise, refletindo expectativas de preços mais moderados.
O plano de negócios da petroleira é elaborado anualmente e publicado após aprovação da diretoria executiva e do conselho de administração da companhia, representando um documento estratégico fundamental que guia as operações e investimentos da estatal nos próximos anos, equilibrando crescimento, retorno aos acionistas e sustentabilidade financeira em um cenário global de transição energética.

