Home / Brasil e Mundo / Petrobras renova contratos de quase R$ 100 bi com a Braskem

Petrobras renova contratos de quase R$ 100 bi com a Braskem

A Petrobras e a Braskem anunciaram a renovação de contratos de fornecimento de matérias‑primas que somam US$ 17,8 bilhões (aproximadamente R$ 98,5 bilhões), em acordos de longo prazo cujo início está previsto para 2026 e cuja vigência pode chegar a até 11 anos, segundo comunicados das companhias divulgados na noite de quinta‑feira (18)[2]. Os contratos renovam acordos que estavam próximos do vencimento e tiveram seus valores referenciados a preços internacionais, conforme as empresas[2][1].

Um dos principais contratos prevê a venda de nafta petroquímica — derivado do petróleo usado como insumo para crackers — para as unidades da Braskem em São Paulo, Bahia e Rio Grande do Sul; o volume mínimo mensal pode ser complementado por retiradas adicionais, com potencial de até 4,116 milhões de toneladas em 2026 e até 4,316 milhões de toneladas em 2030, num contrato estimado em US$ 11,3 bilhões com vigência de cinco anos a partir de 1º de janeiro de 2026[2][3]. Em nota, a Braskem ressalta que os preços da nafta foram fixados com base em referências internacionais e que o acordo busca reduzir incertezas e viabilizar investimentos no setor petroquímico[4][1].

Outro acordo cobre o fornecimento de etano, propano e hidrogênio para a unidade da Braskem no Rio de Janeiro, mantendo de 2026 a 2028 a quantidade atualmente contratada — equivalente a 580 mil toneladas de eteno por ano, com produção a partir da Refinaria Duque de Caxias (Reduc) — e prevendo, de 2029 a 2036, o aumento para 725 mil toneladas de eteno equivalente por ano para atender a uma ampliação da Braskem; esse contrato está estimado em US$ 5,6 bilhões e tem vigência de 11 anos a partir de 1º de janeiro de 2026[2][3]. Segundo os comunicados, a produção poderá vir da Reduc e/ou do Complexo Boaventura (antigo Comperj) na região metropolitana do Rio[2].

O terceiro ajuste refere‑se ao fornecimento de propeno originado das refinarias Reduc, Capuava (SP) e Alberto Pasqualini (RS). Foram contratadas até 140 mil toneladas por ano em Capuava e 100 mil na Reduc, além de volumes escalonados na refinaria Alberto Pasqualini (aumentando progressivamente até 60 mil toneladas); o contrato tem valor estimado de US$ 940 milhões e vigência de cinco anos a partir de 18 de maio de 2026[2].

A operação entre as companhias ocorre num contexto societário em que a Petrobras detém 47% das ações com poder de voto da Braskem e em que a controladora atual da petroquímica, a Novonor (antiga Odebrecht), está em processo de recuperação judicial e busca vender sua participação[2]. Recentemente a Novonor comunicou ter fechado acordo de exclusividade com o fundo Shine, assessorada pela IG4 Capital, para que o fundo assuma dívidas em troca de 50,111% das ações com poder de voto, potencialmente tornando‑se o novo controlador da Braskem[2].

Diante desse movimento, a Petrobras informou que “acompanhará os desdobramentos” e avaliará, no momento oportuno, o exercício de direitos societários que possui — o direito de preferência para assumir a compra da Braskem ou o direito de tag along para vender sua participação ao novo entrante — mas também pode optar por manter sua posição societária atual[2]. A presidente da Petrobras já havia destacado publicamente o potencial do setor petroquímico como estratégico para a empresa[2].

Analistas consultados nos comunicados e nas notas das empresas apontam que os contratos buscam dar previsibilidade ao abastecimento das indústrias petroquímicas brasileiras e estimular investimentos, mas mantêm os preços atrelados a referências internacionais, o que pode limitar a competitividade em cenários de alta nos benchmarks globais; a Braskem, por sua vez, afirmou que buscou fórmulas de preço mais flexíveis durante as negociações para melhor refletir variações de mercado[4][1].

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)

Deixe um Comentário