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PF aponta “estreita relação” entre desembargador preso e deputado

A Polícia Federal prendeu o desembargador Macário Ramos Júdice Neto na terça-feira, 16, em desdobramento da Operação Unha e Carne que investiga o suposto vazamento de informações sigilosas relacionadas à Operação Zargun, destinada a combater o Comando Vermelho, e aponta uma relação próxima entre o magistrado e o ex-presidente da Alerj Rodrigo Bacellar, segundo a PF[1][4]. A investigação indica que mensagens interceptadas no celular de Bacellar mostram troca de intimidades entre os dois — em que se tratam por “irmão” e expressam afeto — e que Neto teria repassado informações privilegiadas sobre diligências que resultaram na prisão do então deputado Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Jóias, de quem Bacellar também teria avisado sobre a operação, frustrando a ação policial[1][3]. De acordo com a PF, as conversas e registros de encontro numa churrascaria na noite de 2 de setembro — véspera da operação que prendeu TH Jóias — são elementos que sustentam a suspeita de obstrução das investigações[1]. A representação policial também registra que a esposa do desembargador passou a ocupar um cargo em comissão na Alerj por indicação de Bacellar, fato apontado pelos investigadores como parte do entrelaçamento entre agentes públicos e circunstâncias que favoreceriam a circulação de informações internas[1]. O pedido e a decisão de prisão preventiva do magistrado foram assinados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, que determinou a medida cumprida pela PF[2][4]. A defesa de Macário Judice Neto, subscrita pelo advogado Fernando Fernandes, afirma que as acusações são inverídicas e informou que pedirá a soltura do desembargador, alegando falta de acesso à íntegra da decisão ao tempo da prisão[3]. O histórico do desembargador também é mencionado na cobertura: Macário já foi alvo de processos administrativos e penais no passado, sofreu aposentadoria compulsória aplicada pelo TRF-2 e depois teve decisões revistas pelo Conselho Nacional de Justiça, circunstâncias que a imprensa registra ao contextualizar sua carreira[1][3][5]. No mesmo contexto das investigações, TH Jóias foi preso em setembro como alvo principal da Operação Zargun, acusado de articular compra e venda de armas e de vínculos com a facção Comando Vermelho; em dezembro, com base em mensagens interceptadas, o STF determinou a prisão do então presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, acusado de vazamento e de ajudar o parlamentar a ocultar provas, medida que depois foi revogada pela Assembleia e seguida por afastamento e medidas cautelares impostas por Alexandre de Moraes a Bacellar, como uso de tornozeleira eletrônica e proibições de comunicação com investigados[1][2].

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)

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