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PF desarticula organização criminosa que tentou fraudar o Enamed

A Polícia Federal, em uma ação conjunta com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), deflagrou neste domingo a Operação R1, com o objetivo de desarticular um esquema de fraude na prova do Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed) de 2025, exame que avalia a formação dos estudantes de Medicina e é usado para ingresso na residência médica. O termo R1 representa o primeiro ano da residência médica, período crucial para a formação prática do médico.

As investigações revelaram que um grupo criminoso planejara fraudar o exame que acontece em todo o país, por meio de duas formas principais: o uso de dispositivos eletrônicos para transmitir as respostas corretas aos candidatos, e a contratação de “laranjas” para realizar a prova no lugar dos candidatos verdadeiros, utilizando documentos falsos. Os candidatos aprovados que participaram da fraude pagariam até R$ 140 mil aos operadores do esquema.

Durante a operação, a Polícia Federal realizou mandados de busca e apreensão, culminando na prisão em flagrante de oito pessoas, incluindo cinco candidatos — quatro homens e uma mulher — que foram encontrados com equipamentos eletrônicos para transmissão de dados, além de três homens em um hotel em Juiz de Fora (MG), que seriam os responsáveis pela transmissão das respostas via pontos eletrônicos. Equipamentos usados para a fraude foram apreendidos e serão submetidos à perícia técnica.

Após os depoimentos na Delegacia da Polícia Federal em Juiz de Fora, os presos foram encaminhados ao sistema prisional, ficando à disposição da Justiça. Eles poderão responder pelos crimes de fraude em certames públicos, associação criminosa e falsidade ideológica, cujas penas podem somar até 10 anos de reclusão, além de multa.

O Enamed, aplicado pela primeira vez este ano de forma unificada, substitui avaliações anteriores, integrando critérios do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) e parte do Exame Nacional de Residência (Enare). Além de avaliar se os estudantes concluintes dos cursos de Medicina atingem as competências definidas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais, o exame possui papel fundamental no acesso às residências médicas de especialização, unificando o processo seletivo e servindo para orientar políticas públicas de formação médica. A prova, composta por 100 questões de múltipla escolha, foi aplicada para mais de 96 mil inscritos em 225 cidades brasileiras.

Em nota, o Inep ressaltou que trabalhou em parceria com a Polícia Federal para preservar a integridade do exame e que o Enamed foi aplicado com sucesso para a grande maioria dos participantes, sem comprometer a lisura do processo. As instituições envolvidas reafirmaram seu compromisso com a transparência e qualidade na formação médica no país.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)