A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira, 21 de outubro, a Operação Ignota, que tem como objetivo combater a importação clandestina e a receptação de medicamentos para emagrecimento de procedência desconhecida, usados em clínicas médicas nas cidades do Rio de Janeiro e São Gonçalo. Os agentes cumpriram três mandados de busca e apreensão em uma clínica médica e residências dos investigados nessas localidades. As investigações tiveram início após um aumento significativo das apreensões desse tipo de fármaco na fiscalização aeroportuária, principalmente no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (Galeão), e também partiram da prisão de um servidor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que havia furtado cerca de 100 canetas emagrecedoras apreendidas pela agência.
Esses remédios ilícitos, em sua maioria análogos do GLP-1, como o medicamento Mounjaro à base de tirzepatida, indicados para obesidade e diabetes tipo 2, são importados clandestinamente e desviados para a comercialização irregular em clínicas estéticas e médicas. A importação ilegal representa um sério risco à saúde pública, já que não há garantia da procedência dos medicamentos nem das condições adequadas de armazenamento e transporte, levando a possíveis danos aos pacientes.
Durante a operação, foram apreendidos celulares, computadores, documentos diversos e um veículo. Os investigados responderão pelos crimes de importação e venda de medicamento de procedência ignorada, além de receptação qualificada. A Anvisa colabora com as investigações, e o servidor envolvido foi afastado de suas funções desde agosto, enfrentando tanto um processo administrativo quanto judicial. A ação reforça a intensificação do combate às redes que atuam no contrabando e na distribuição ilegal de medicamentos no país, protegendo assim a saúde dos consumidores.
