Uma operação policial realizada na terça-feira, 28 de outubro, nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, resultou em uma das ações mais letais da história do estado, com números diversos de mortos, variando entre 119 confirmados pelo governo e 132 segundo a Defensoria Pública. A operação, denominada Contenção, teve como objetivo cumprir cem mandados de prisão contra membros da facção Comando Vermelho.
A ação policial contou com a mobilização de 2.500 agentes e resultou na prisão de 113 pessoas, além da apreensão de quase 100 fuzis e grandes quantidades de drogas. Entre os mortos, estão quatro policiais e várias pessoas classificadas como suspeitas pelo governo. A operação foi intensamente criticada, incluindo manifestações da Organização das Nações Unidas e da Anistia Internacional, que questionam a letalidade e suas implicações sobre os direitos humanos.
A Comissão de Direitos Humanos do Senado anunciou que enviará um ofício ao governo do Rio solicitando esclarecimentos sobre a operação, com destaque para a proteção de crianças e moradores na região afetada. A presidente da comissão, senadora Damares Alves, expressou preocupação com o planejamento e as consequências da ação, destacando a necessidade de garantir a segurança dos civis.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) também está aguardando informações do governo do Rio para avaliar se medidas legais devem ser tomadas. O Conselho Nacional do Ministério Público já solicitou explicações ao governador Cláudio Castro sobre a operação. Além disso, o Supremo Tribunal Federal (STF), através do ministro Alexandre de Moraes, requesteram um relatório detalhado sobre a operação, incluindo justificativas e medidas para socorrer as vítimas e garantir a responsabilização de agentes envolvidos.
A operação é parte de uma série de ações que têm enfrentado críticas devido à alta letalidade policial no Rio de Janeiro. Recentemente, o Supremo estabeleceu novas diretrizes para reduzir a violência nas operações policiais nas favelas cariocas.
