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Polícia de SP faz nova operação contra falsificadores de bebidas

A Polícia Civil de São Paulo intensificou, nesta sexta-feira (17), uma operação contra um grupo suspeito de fabricar e vender bebidas alcoólicas adulteradas com metanol. A ação cumpriu sete mandados de busca e apreensão contra familiares de uma mulher presa em flagrante na semana passada em São Bernardo do Campo, apontada como a responsável pela produção ilegal em uma fábrica clandestina. Entre os alvos estão também o homem que fornecia os vasilhames reutilizados na falsificação, cujo celular foi apreendido durante a operação.

As investigações indicam que o grupo utilizava etanol comprado em postos de combustíveis da Grande São Paulo, adulterando-o com metanol, substância extremamente tóxica e não própria para consumo humano, para produzir bebidas alcoólicas falsificadas que eram distribuídas em diversos estabelecimentos comerciais na capital paulista. Um bar na região da Saúde, zona sul de São Paulo, vendeu um lote dessa bebida adulterada para um homem que permanece internado em estado grave. Outro bar na Mooca, zona leste da cidade, comercializou o mesmo produto adulterado que causou a morte de dois homens, de 54 e 46 anos, vítimas confirmadas de intoxicação por metanol. A polícia acredita que esses casos estão todos ligados ao mesmo grupo criminoso.

Essa operação é um desdobramento da ação que na semana passada desmantelou a fábrica clandestina e prendeu uma mulher em flagrante. Familiares dessa mulher — entre eles pai, ex-marido e outra mulher — estão sendo investigados e apontados como colaboradores na venda do produto adulterado. A força-tarefa que conduziu as ações envolve a Polícia Civil, a vigilância sanitária, a Secretaria da Fazenda e o Procon-SP, evidenciando a complexidade do esquema e seu impacto à saúde pública.

No contexto mais amplo, o Ministério da Saúde divulgou que já foram confirmados 41 casos de intoxicação por metanol no Brasil, com 107 casos ainda em investigação e 469 descartados. As intoxicações resultaram em oito óbitos, sendo seis registrados no estado de São Paulo e dois em Pernambuco. O estado de São Paulo concentra a maior parte das notificações, com 33 casos confirmados, seguido por outros estados como Paraná, Pernambuco e Rio Grande do Sul.

Além da ação contra a falsificação de bebidas, a polícia também identificou e fiscalizou postos de combustível suspeitos de vender etanol “batizado” com metanol para alimentar o esquema criminoso. A ANP (Agência Nacional do Petróleo) esclarece que o metanol não deve estar presente no etanol veicular, exceto em traços mínimos (até 0,5%) considerados residuais no processo industrial, o que reforça o caráter ilegal do uso desse químico na fabricação de bebidas.

Esse esquema criminoso, que já resultou em múltiplas mortes e intoxicações graves, mobilizou uma série de operações de fiscalização e repressão em diferentes cidades do estado de São Paulo, com mandados cumpridos em locais ligados à fabricação, distribuição e venda das bebidas adulteradas. A polícia segue investigando a rede de atuação para coibir novas ocorrências e proteger a saúde da população.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)