A Polícia Civil de São Paulo realizou, na manhã desta terça-feira (4), a fase final da Operação Mobile Strike, destinada a desarticular uma organização criminosa especializada na receptação de celulares roubados e furtados. A ação mobilizou cerca de 110 policiais civis e envolveu o cumprimento de 28 mandados de busca e apreensão, além de cinco mandados de prisão temporária em diversas cidades da Grande São Paulo, incluindo São Paulo, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Mauá, Suzano e Hortolândia.
As investigações, que duraram três meses e utilizaram tecnologias de monitoramento e cruzamento de dados, revelaram uma estrutura hierarquizada dentro da quadrilha, com divisão clara de funções entre os membros. O esquema incluía responsáveis pela subtração dos aparelhos, intermediários e revendedores que abasteciam o comércio clandestino, chegando até a enviar dispositivos ao exterior. Estima-se que o grupo movimentava entre 20 e 30 celulares diariamente, evidenciando o alto lucro obtido com a atividade ilícita e seu impacto direto na segurança urbana.
Durante a operação, o líder da quadrilha foi preso em seu apartamento no centro da capital paulista, local onde a polícia também encontrou uma réplica de arma de fogo. A esposa do chefe da organização foi conduzida para averiguação, enquanto outros integrantes que residiam no mesmo prédio estavam ausentes no momento da ação.
Todo o material apreendido e os suspeitos detidos foram encaminhados à sede do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC). A Secretaria da Segurança Pública enfatizou que a operação foi planejada para atingir diretamente o núcleo financeiro e logístico da organização, buscando enfraquecer as estruturas que sustentam o comércio ilegal desses dispositivos.
Este desdobramento ocorre em um contexto no qual o roubo e a receptação de celulares ainda representam um desafio significativo para a segurança pública em São Paulo. Dados recentes indicam que, apesar da queda nos registros em 2025, ainda ocorrem diariamente centenas de roubos na capital, com bairros como Pinheiros, Capão Redondo e Campo Limpo entre os mais afetados. Além do valor comercial, os aparelhos celulares são alvos frequentes devido às informações pessoais e financeiras que contêm, funcionando como verdadeiros “caixas eletrônicos portáteis” para criminosos.
A polícia continua intensificando as fiscalizações e monitoramento, utilizando sistemas integrados que cruzam boletins de ocorrência com dados das operadoras de telefonia para identificar e recuperar aparelhos roubados, e combater as redes de receptação que alimentam o mercado clandestino na região.

