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Polícia do Rio prende 17 pessoas em ação contra mentor de barricadas

A polícia do Rio de Janeiro prendeu nesta terça-feira, 18 de novembro de 2025, Cosme Rogério Ferreira Dias, conhecido como o “mentor das barricadas” do Comando Vermelho (CV), em uma operação conjunta das polícias Civil e Militar que resultou na detenção de mais de 16 pessoas. A ação faz parte da Operação Contenção, que tem como objetivo atacar a estrutura financeira e territorial da facção criminosa no estado. Cosme Rogério era responsável pelo financiamento e fornecimento de materiais para a construção de barricadas, que bloqueiam vias e dificultam a atuação policial e a circulação de moradores e serviços básicos nas áreas dominadas pela facção. Ele se apresentava como empresário do ramo de reciclagem, mas liderava o núcleo financeiro do CV, envolvendo lavagem de dinheiro por meio de ferros-velhos que serviam de apoio logístico e financeiro à organização.

A Justiça determinou o bloqueio de R$ 217 milhões em bens e valores ligados ao grupo, além da apreensão de grande quantia em dinheiro, imóveis de luxo e veículos de alto padrão. Também foram interditados oito ferros-velhos que funcionavam como centros de lavagem de dinheiro e apoio operacional do CV em comunidades da capital e da região metropolitana. Essa etapa da Operação Contenção busca asfixiar economicamente a facção, restringindo sua capacidade de domínio territorial.

A prisão de Cosme Rogério ocorre um dia após o anúncio do governo do Rio da Operação Barricada Zero, que pretende remover mais de 13 mil pontos de bloqueios pelo estado, desde objetos simples como lixeiras e entulhos até estruturas mais complexas, com apoio das prefeituras. O governador Cláudio Castro afirmou que territórios onde as barricadas forem reinstaladas serão novamente alvo de operações policiais.

A Operação Contenção teve seu dia mais emblemático em 28 de outubro, quando incursões nos complexos da Penha e do Alemão resultaram em 121 mortos, incluindo quatro policiais militares, e desencadearam uma reação violenta da polícia e dos criminosos. Esse confronto, apesar de considerado um divisor de águas pelo governo estadual, foi classificado como desastroso pelo presidente Lula e recebeu críticas de ativistas de direitos humanos, que denunciaram execuções e torturas. O Supremo Tribunal Federal acompanha as denúncias e solicitou esclarecimentos ao estado sobre as ações policiais durante a operação.

As investigações revelaram que o CV movimenta bilhões de reais anualmente e utiliza um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro envolvendo fintechs, criptomoedas e ferros-velhos que operam na receptação e comercialização de metais como cobre. Essa rede complexa de atividades ilegais sustenta a expansão e o poder do Comando Vermelho, desafiando as autoridades não apenas no Rio, mas em várias regiões do país.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)
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