A Polícia Civil de São Paulo realizou nesta terça-feira (9) a Operação Azimut, que resultou na prisão de sete suspeitos envolvidos em um esquema de fraudes financeiras e lavagem de dinheiro. A ação, conduzida pela 2ª Delegacia de Crimes Cibernéticos (DCCiber), ocorreu nas cidades de São Paulo, Campinas e Hortolândia, cumprindo 12 mandados de prisão temporária e 12 de busca e apreensão. O grupo investigado utilizava acessos indevidos a sistemas financeiros para realizar transferências bancárias não autorizadas, causando prejuízos milionários a empresas e instituições do setor financeiro.
As investigações indicam que os criminosos furtaram aproximadamente R$ 19,2 milhões de clientes de uma empresa de meios de pagamento, utilizando credenciais válidas de forma ilegal para movimentar recursos via cartões, Pix, QR Code e carteiras digitais. Os valores desviados foram enviados para duas empresas vinculadas ao grupo, sendo que uma delas teria recebido R$ 7 milhões e, segundo relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), movimentou cerca de R$ 6,8 bilhões em apenas dois anos, configurando um volume elevado para operações legítimas.
Além das transferências irregulares, o esquema criminoso se valia de empresas fictícias criadas por um escritório de contabilidade que auxiliava na ocultação da origem do dinheiro, configurando prática de lavagem de dinheiro. Esse escritório teria estruturado cerca de 15 empresas no mesmo endereço para dar uma aparência legal às transações e dificultar a fiscalização. As apurações apontam que os suspeitos agiam com acesso privilegiado aos sistemas internos da empresa vítima, facilitando a execução das fraudes.
A operação é um desdobramento de uma investigação iniciada em julho, quando três pessoas já haviam sido presas sob suspeita de serem laranjas dos reais operadores do esquema. Agora, com as novas prisões, as autoridades aprofundam a análise para identificar os beneficiários finais e outros envolvidos, incluindo empresários e profissionais contábeis. Os suspeitos respondem por crimes como furto qualificado, estelionato, organização criminosa e lavagem de capitais.
Cerca de 40 policiais participaram da ação, que ainda está em andamento para localizar outros investigados considerados foragidos, e prosseguir com a análise do vasto material apreendido. A Operação Azimut deflagra um importante combate a esquemas ilícitos que causam severos danos ao setor financeiro e à economia, demonstrando o esforço das forças de segurança em enfrentar crimes cibernéticos e financeiros complexos.

