Dois homens armados invadiram a Biblioteca Mário de Andrade, no centro de São Paulo, no domingo (7), e roubaram 13 gravuras de artistas renomados: oito da série Jazz, do francês Henri Matisse, e cinco da coleção Menino de Engenho, do brasileiro Candido Portinari. A ação ocorreu no último dia da exposição “Do Livro ao Museu: MAM São Paulo e a Biblioteca Mário de Andrade”. Durante o crime, eles renderam uma vigilante e um casal de idosos que visitava o local, colocaram as obras em uma sacola de lona e fugiram pela saída principal.
Imagens do sistema de câmeras de segurança da biblioteca, além do sistema Smart Sampa que opera com reconhecimento facial, permitiram a identificação dos suspeitos. A polícia prendeu um deles na zona leste de São Paulo, enquanto o outro continua foragido e é procurado pelas autoridades. O paradeiro das obras roubadas ainda está sendo investigado.
O roubo causou destruição no local, com vitrines quebradas e vidros espalhados, revelando que os criminosos tentaram levar outras obras além das que conseguiram carregar. A Secretaria de Cultura informou que as peças roubadas são cobertas por apólice de seguro vigente e ressaltou que a biblioteca conta com equipe de vigilância e sistema de câmeras de segurança.
Em razão da possibilidade de as obras serem levadas para o mercado ilegal internacional, a Prefeitura de São Paulo acionou a Interpol para ajudar a evitar a comercialização das gravuras no exterior. Este episódio revive uma situação semelhante ocorrida em 2006, quando gravuras raras do século 19 foram furtadas do mesmo local e recuperadas apenas 18 anos depois.
Candido Portinari é considerado um dos mais importantes pintores brasileiros, amplamente reconhecido internacionalmente, e suas obras anteriores também foram alvo de crime em 2007, quando do roubo da coleção “O lavrador de café” no Museu de Arte de São Paulo. O recente roubo na Biblioteca Mário de Andrade reforça a necessidade de maior proteção ao patrimônio artístico-cultural no país.

