### EUA Retiram Sanções da Lei Magnitsky Contra Alexandre de Moraes e Esposa
O governo dos Estados Unidos anunciou nesta sexta-feira a retirada do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, de sua esposa, a advogada Viviane Barci de Moraes, e do Lex – Instituto de Estudos Jurídicos, de propriedade do casal, da lista de sanções impostas pela Lei Magnitsky. A medida, que bloqueava contas bancárias e bens em território sob jurisdição americana, foi celebrada por aliados do governo Lula como uma vitória da diplomacia brasileira e gerou críticas de opositores bolsonaristas.
As sanções haviam sido aplicadas pelo governo de Donald Trump no fim de julho, acusando Moraes de autorizar prisões arbitrárias relacionadas ao julgamento de atos golpistas de 2023 e de bloquear empresas de mídias sociais que não cumpriam leis brasileiras. Em setembro, o nome de Viviane foi incluído na lista. Negociações entre Brasil e EUA, incluindo uma conversa recente entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump sobre agenda comercial e econômica, pavimentaram o caminho para a revogação. Semanas antes, em novembro, os americanos já haviam retirado tarifas de 40% sobre importações de café, carnes e frutas brasileiras.
A decisão provocou efusivas comemorações entre petistas e aliados. A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, postou em suas redes sociais que se trata de uma grande vitória de Lula e uma derrota da família Bolsonaro, descritos por ela como traidores que conspiraram contra o Brasil e a Justiça. “Foi Lula quem colocou esta revogação na mesa de Donald Trump, num diálogo altivo e soberano”, escreveu.
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), divulgou um vídeo celebrando o fato como vitória da democracia, da soberania e da diplomacia lulista. “Grande dia”, afirmou ele, em nota posterior destacando a derrota de quem negociou sanções internacionais contra o ministro relator da trama golpista. A deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) chamou a sanção anterior de imposição imperialista e ironizou que Eduardo Bolsonaro e o jornalista Paulo Figueiredo “devem estar chorando em posição fetal”. Já Erika Hilton (PSOL-SP) lembrou que a lei era uma esperança para a família Bolsonaro se reencontrar.
Do lado oposicionista, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que atuou para impor as sanções e virou réu por coação no STF, lamentou a notícia ao lado de Paulo Figueiredo. Em texto bilíngue, eles expressaram pesar pela decisão americana, agradeceram o apoio de Trump à crise de liberdades no Brasil e defenderam que a Lei Magnitsky representou uma reação internacional necessária a abusos de poder. “Quando as instituições internas falham em conter excessos, o sistema internacional reage”, argumentou Eduardo.
A revogação ocorre em meio a uma aproximação entre os governos Lula e Trump, priorizando interesses econômicos sobre disputas políticas, e reforça o debate sobre soberania nacional e ingerência externa na Justiça brasileira.

